Este sábado, o PSD Paredes decide quem será o próximo líder da comissão política concelhia. Os candidatos são Joaquim Neves, ex-vereador que encabeça a Lista A, e Rui Moutinho, actual director financeiro do município de Paredes, que dá a cara pela Lista B.

O processo eleitoral, que foi desencadeado depois da demissão da anterior comissão política, pode determinar já o próximo candidato à presidência da Câmara Municipal de Paredes nas autárquicas de 2017. Rui Moutinho, que já apresentou a sua candidatura, espera ser o escolhido do partido para liderar esse processo. Já Joaquim Neves adia para depois das eleições a decisão, que coloca nas mãos da comissão política.

 

Joaquim Neves: “Caso seja eleito, eu e a minha comissão política teremos a responsabilidade de escolher o melhor. Se for eu, óptimo. Se for outro, ficarei feliz, porque o PSD e principalmente Paredes, sairão certamente vitoriosos da eleição autárquica de 2017”

Joaquim Neves foi a votos nas últimas eleições internas do partido, perdendo para o actual vice-presidente da autarquia, Pedro Mendes.

Desta vez, leva na sua lista a também ex-vereadora Raquel Moreira da Silva, que se perfilou como candidata nas últimas eleições para a comissão política do PSD, tendo depois retirado a sua candidatura, e a ex-deputada à Assembleia da República Conceição Bessa Ruão, que também anunciou, recentemente, a vontade de ser candidata à Câmara Municipal de Paredes.

Segundo o candidato, têm todos uma vontade em comum: “que o PSD ganhe as próximas eleições autárquicas”.

“A nossa candidatura acredita que pode mudar o PSD Paredes e a maneira como se tem feito política em Paredes nos últimos anos. A nossa equipa acredita que na política não vale tudo, não nos conformamos e continuaremos a repudiar algumas situações, que são do conhecimento geral, e que se passam em Paredes praticadas por elementos da lista B”, sustenta Joaquim Neves.

“Pretendemos apresentar um projecto aos paredenses, sem ilusões e com honestidade, mas para isso, temos que ser capazes de deixar de olhar para nós e de fazer um esforço conjunto de dinamização e credibilização do partido”, defende o ex-vereador.

Uma comissão política sólida, competente, inovadora e dinâmica, capaz de promover discussões políticas, de promover a reaproximação do povo e dos próprios militantes ao partido, gerando confiança e mostrando que o partido é o “único capaz de governar Paredes”, é o grande objectivo da lista que lidera.

À pergunta “se for eleito quer ser o candidato do PSD à Câmara de Paredes?”, Joaquim Neves responde que será a comissão política a decidir. “Caso seja eleito, eu e a minha comissão política teremos a responsabilidade de escolher o melhor. O melhor será aquele que garantirá aos paredenses uma melhoria significativa na qualidade de vida. Se for eu, óptimo. Se for outro, ficarei feliz, porque o PSD e principalmente Paredes, sairão certamente vitoriosos da eleição autárquica de 2017, e essa será a minha obrigação enquanto presidente da comissão política”, explica.

Sobre a lista contrária a opinião é clara: “Vejo uma candidatura sustentada pela vontade de Celso Ferreira fazer do seu director financeiro presidente. Não vejo um projecto sustentado, não vejo uma equipa renovada, pois são os mesmos que atraiçoaram Pedro Mendes, e principalmente, não vejo interesse nas pessoas em defender o PSD”. “Não seria mais natural Celso Ferreira, e a antiga comissão política e actual Lista B, apoiarem o vice-presidente da Câmara Municipal, Pedro Mendes?”, questiona.

 

Rui Moutinho: “Sei que reúno as melhores condições para vencer em 2017, mas acima das minhas convicções está o partido”

A encabeçar a Lista B está Rui Moutinho, que já mostrou a sua vontade de ser candidato à presidência da Câmara Municipal de Paredes.

“Quando manifestei a vontade de ser candidato foi porque entendi que o PSD precisava de discutir internamente o perfil do seu candidato e definir quem seria. O presidente da comissão política [Pedro Mendes] obstaculizou essa decisão, foi por isso que toda a comissão política apresentou a sua demissão”, salienta. Dizendo que não se sente responsável pela queda da anterior comissão política, diz que foi a partir desse momento que entendeu que devia “dar a cara” como candidato à liderança da comissão política e à Câmara.

Promete dar nova vida a um PSD que, por ser força dominante, “se acomodou” e defende que é preciso mostrar que o partido está vivo. “Se ganhar as eleições internas do partido é candidato em 2017?”, perguntamos. “Ainda há um processo interno do partido que tem que decorrer. Sei que reúno as melhores condições para vencer em 2017, mas acima das minhas convicções está o partido”, garante Rui Moutinho.

O candidato sente-se apoiado nestas intenções pelos presidentes de junta, membros da Assembleia Municipal e militantes anónimos. Mas diz-se decepcionado com algumas formas de fazer política da lista adversária, que usa ataques pessoais.

Confessa que estava à espera de uma candidatura de Joaquim Neves à liderança da comissão política, mas não de ver juntas, na mesma lista, pessoas que têm todas a mesma ambição: encabeçar uma candidatura à Câmara Municipal de Paredes. “Não consigo entender o que move quatro pessoas que pretendem ser candidatos do PSD à câmara a fazer esta coligação. Quando se diz que há união naquela lista é tudo mentira”, sustenta, acrescentando que são pessoas que “têm atacado o PSD” e as instituições que o partido lidera no concelho. “Vejo com desagrado o que está a acontecer. Via com melhores olhos candidaturas isoladas de todos estes protagonistas”, afirma Rui Moutinho.

O actual director financeiro da autarquia acredita que os militantes irão em massa às urnas este sábado. “Os militantes não se deixam iludir e sentem que têm que credibilizar o PSD”, conclui.