André FerreiraFoi com enorme alegria e emoção incontida que a maioria dos portugueses receberam a noticia, de que António Guterres fora nomeado secretário Geral da ONU, faltando apenas a Assembleia Geral desse organismo ratificar a decisão, o que ocorrerá já em breve.

Depois de cinco vitórias consecutivas, perante a prestação de provas que foram do conhecimento público, a aparição de uma esperada mas de certa forma atribulada candidatura da búlgara Kristalina Georgieva, criou enormes dúvidas e receios justificados acerca do desfecho final.

Era comumente aceite, nos corredores da organização e não só, que o sucessor de Ban Ki-Moon, deveria ser uma mulher e oriunda do leste europeu.

Ou seja, em tese, na disputa estavam desde logo, além de outro(a)s, duas mulheres oriundas do leste: primeiramente Irina Bukova e na recta final a já mencionada Kristalina Georgieva, que de forma incompreensível, ou talvez não, contou com o apoio expresso da Alemanha, e em particular da chanceler alemã Angela Merkel.

Incompreensível, porquanto a Alemanha, deu a entender que se iria abster de apoiar expressamente um candidato ao cargo de secretário-geral da ONU, o que, como se viu, não veio a acontecer.

Todavia, Guterres surpreendeu o mundo, pela sua lucidez, inteligência, capacidade de diálogo e acima de tudo pelo seu conhecido e reconhecido cariz humanista, que o distinguiu de sobremaneira em relação aos demais competidores.

São estas características bem vincadas de António Guterres, que já por altura do exercício de funções públicas e políticas no nosso país, sempre incutiu uma visão humanista e humanitária da vida politica, que lhe valeu reconhecidos elogios e deferências.

Esta vitória de Guterres, é uma enorme honra para Portugal, que vê assim sustentada a sua posição e valia no panorama internacional, e mormente numa das mais prestigiadas organizações mundiais.

De pouco serviu, os apoios camuflados da comissão europeia, a uma das suas vice presidentes, assim como de um português, próximo de Durão Barroso, que delinearam toda a candidatura de Georgieva, porém, e dizemos nós , ainda bem, sem sucesso.

De enaltecer ainda, a diplomacia exercida pelas instituições portuguesas, designadamente o papel de charneira do actual Governo e do Presidente da República, que foram desde o início, incansáveis não só no apoio, como no ultrapassar de pequenas/grandes barreiras, que de quando em vez iam aparecendo pelo caminho.

António Guterres, irá desempenhar um dos mais prestigiados, senão mesmo o mais prestigiado cargo internacional, no que à vertente humanitária e comunidade internacional diz respeito, deparando-se com desafios e tarefas exigentes pela sua frente.

Porém, atento o seu já mencionado perfil humanista, a visão lúcida e clarividente que tem do mundo, e a experiência internacional que foi granjeando, farão se si, estou certo, um secretário geral da ONU ímpar, que nos orgulhará ainda mais.

Para terminar, de salientar a forma humilde e grata com que António Guterres se dirigiu aos portugueses e ao Mundo, demonstrando com a sua intervenção, que se trata de alguém com uma dimensão humana gigante, que infelizmente escasseia nos dias de hoje.

Parabéns António Guterres.

Parabéns à ONU.

Parabéns PORTUGAL!!