Desde há cinco anos que é assim. Os alunos, professores, educadores e auxiliares da Escola Básica Mirante de Sonhos, em Ermesinde, trabalham em equipa para dar corpo ao projecto “Cantar Sonhos”. O grupo coral, que integra os cerca de 250 alunos da escola, dos três aos 10 anos, realizou na semana passada duas actuações, que juntaram mais de 500 pessoas na assistência, desde pais e encarregados de educação até familiares.

Os concertos, explica Neuza Pinto, uma das coordenadoras do projecto, têm sempre vertente solidária. Já ajudaram instituições que apoiam sem abrigo e crianças carenciadas e famílias afectadas pelo sismo no Nepal (há quatro anos). Este ano o apoio foi para animais de rua, tendo sido recolhidos comida e cobertores, entre outros.

“Queremos criar memórias e fazê-los sentir que isto é uma família”

Os concertos, de cerca de uma hora e com direito a uma encenação teatral, surgem como o culminar de cerca de dois meses de trabalho.

“Tudo começou há cinco anos no Concerto de Natal e todos os espectáculos têm uma vertente solidária”, explica a coordenadora do projecto “Cantar Sonhos”. “Queremos incutir nas crianças valores e sentimentos de solidariedade numa altura em que, cada vez mais, cada um olha apenas para o seu umbigo. É educação cívica e os alunos têm oportunidade de relacionar-se”, salienta Neuza Pinto.

Todos os anos o projecto se renova pelos bons resultados alcançados. E este ano não foi excepção. Na quinta e na sexta-feira os 250 alunos encheram o palco no musical “Um Natal para Amar”. “Ensaiar 250 crianças não é fácil, mas faz-se com vontade e amor à camisola. Foi muito compensador, fiquei emocionada. É gratificante ver o resultado”, diz Neuza Pinto.

Professores coordenadores do projecto: Rui Fidalgo, Margarida Lucas e Neuza Pinto

Segundo a docente, que coordena o projecto juntamente com Rui Fidalgo e Margarida Lucas, os professores e auxiliares dedicam o seu tempo à causa e, muitas vezes, trabalham até mais tarde para tudo funcione. “Trabalha-se em equipa”, garante, caracterizando a EB Mirante de Sonhos como “uma escola de afectos”.

“Os professores do ensino primário são os que mais marcam as crianças. Queremos criar memórias e fazê-los sentir que isto é uma família”, afirma a coordenadora do “Cantar Sonhos”.

Entre os sonhos, a concretizar já em 2018, está a repetição de um espectáculo com as crianças ao ar livre. “Há quatro anos fizemos um concerto ao ar livre no parque urbano de Ermesinde e angariamos fundos para as pessoas que tinham sido afectadas pelo sismo no Nepal (cerca de dois mil euros). Foi fabuloso, tivemos mais de 1.000 pessoas a assistir e ainda hoje nos falam nesse concerto. Em 2018, vamos repetir a experiência, em Junho, no final do ano lectivo”, adianta.