A menos de três meses das eleições autárquicas, as temperaturas começam a subir, os comentários a aumentar e as opções – desorientadas, muitas vezes!… – também!

Na imprensa local, vão surgindo notícias, entrevistas ou artigos de opinião, refletindo o apoio a uma ou a outra candidatura, umas de modo claro, outras mais subtis.

Infelizmente, nesta fase em que a política aparece revestida de espetáculo, o que menos sobressai é o perfil de cada candidato, em detrimento da capacidade que cada um tem de se mostrar ouvinte, disponível e de prometer… Prometer o possível e o menos exequível! E é aqui que verdadeiramente se distingue o carácter das pessoas!… Terminadas as campanhas e conhecidos os resultados das eleições, todos assumem os cargos que lhes foram atribuídos e decidem, muitas vezes, com base em partidarismos e não com a consciência da confiança depositada por aqueles que neles votaram…Todavia, aqueles que neles votaram acreditam muitas vezes nos comentários que se ouvem nos cafés e nas ruas e não conhecem o que os seus eleitos decidem por eles… Se não parecer lógica esta constatação, questionemo-nos: Assistimos aos debates da Assembleia da República? Assistimos às Assembleias Municipais? O que lá defendem aqueles em que votámos? Corresponderão, efetivamente, aos nossos interesses? Aprovamos todas as suas decisões e/ou comportamentos?

Ora, a propósito disto e da apresentação do programa eleitoral da Coligação Lousada Viva, que tem como horizonte 2030 e que pretende transformar o Concelho, ocorrem-me duas preocupações:

– «Transformar o Concelho?», aquele em que vivo e é forte motivo de orgulho pelo crescimento a que assistimos e pela qualidade de vida que proporciona? Na verdade, fiquei mais tranquila quando li as principais medidas, porque constatei que são apenas a continuidade do que já tem sido realizado…

– 2030 são 12 anos… Conhecemos o candidato à Câmara pela Coligação, pois é a sua terceira candidatura. Mas… e os restantes candidatos? Darão estabilidade a um projeto que querem realizar em 12 anos? É que a última lista candidata já manifesta alguns sinais de pouca comunicação ao final de (apenas) 4 anos… Como seria se fosse em 12? Ora, atentemos no balanço da última reunião de Câmara… Acerca do protocolo entre o Município de Lousada e a União de Freguesias de Cristelos, Boim e Ordem e a Fábrica da Igreja Paroquial de Cristelos para as obras de requalificação do adro da Igreja de Cristelos, um vereador absteve-se, outro votou contra e outro votou favoravelmente. A mesma situação de indecisão ocorreu relativamente à votação do protocolo de colaboração entre o Município de Lousada e a União de Freguesias de Silvares, Pias, Nogueira e Alvarenga e a Fábrica da Igreja Paroquial de Silvares para as obras de requalificação do adro da Igreja de Silvares. E porque não há duas sem três, relativamente à atribuição de um subsídio que visa apoiar as obras de demolição e reconstrução do edifício da sede da Junta de Cristelos, dois votaram favoravelmente e um votou contra. Estes são os eleitos da Coligação Lousada Viva que acusavam o executivo de não apoiar as Freguesias… Provavelmente, lá conversaram melhor e decidiram votar favoravelmente na Assembleia Municipal… Agora, questiono: Se não se organizam numa reunião de Câmara, como procederiam se tivessem de decidir o futuro do Município? Serão sinais de descoordenação e agitação na Coligação? Já diz o ditado, «casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão»!

Lousada tem a liderar os seus destinos alguém que é estável, coerente, assertivo, bom ouvinte e metódico. Não se deixa levar por devaneios ou por objetivos de curto prazo. É alguém que constrói sobre alicerces bem fundados, certo de que irá ter como pagar o telhado… Se assim não fosse, não teria reduzido a dívida da Câmara em mais de 5 milhões, mesmo com todos os investimentos que têm vindo a ser feitos!

Neste sentido, Lousada já está no rumo certo!