A COVID 19 NO MUNDO. A história dos factos vai marcando passo nas nossas vidas e a pandemia do covid19 constituirá para a história da humanidade como um dos acontecimentos mais marcantes da existência humana. De um momento para outro o mundo viu-se abraços com uma das suas maiores crises. Uma crise de saúde pública que arrastava concomitantemente uma crise social, política e económica. Tudo e todos estavam a ser julgados ao vivo e em direto em cada informação ou nova notícia sobre a covid 19. A erupção de casos, imagens, notícias, inundou as nossas vidas. Assistíamos em direto ao desboroar da capacidade de resposta das unidades de saúde mundo fora, sempre na iminência do que víamos e ouvíamos pudesse estar a bater-nos a porta! Tempos estranhos, geradores de significativa inquietude.

A COVID 19 EM PAÇOS DE FERREIRA. Esta nova realidade pandémica chegou até nós em modo “tsunami”. Do impensável aos números que ficarão para a história no concelho, a verdade é que fomos severamente atingidos. Mas resistimos! Na verdade, esta não foi a única crise a afetar a nossa comunidade. Bastaria relembrar a crise económica/financeira vivida entre 2010/2014. Empresas e famílias viram-se então confrontados com inúmeras falências que consequentemente geraram um elevado número de desempregados do concelho, carregando atrás de si uma enorme crise social. Chegamos a ser o concelho que, num único mês, registou o maior número de insolvências em Portugal (dezembro de 2012). Na altura, ao problema económico e social juntava-se uma Câmara Municipal incapaz de dar respostas dado o conhecido estado calamitoso das finanças municipais, em clara bancarrota, a própria a criar mais problemas a milhares de empresas e particulares porquanto demorava mais de três anos a saldar as suas dívidas. Era uma crise social que parecia, à data, fazer-nos mergulhar no caminho da falta de esperança e da descrença.

Face a essa crise, económica/financeira, a nossa comunidade, de modo particular, os nossos empresários e os nossos trabalhadores, foram resilientes e enfrentaram de frente os problemas. Não havia tempo de atirar a toalha ao chão, muito menos tempo para baixar os braços. E a primeira grande decisão do nosso povo foi mudar o governo do município, o que aconteceu em outubro de 2013, ajundando a por fim ao descalabro da gestão das contas públicas do município. Durante os dois primeiros anos do meu mandato (2013 /15) assistimos ao renascimento da pujança empresarial no concelho, com o rendimento das famílias a subir e a consolidar-se, mais que a média nacional. O desemprego baixou para níveis históricos, tendo sido inclusive o concelho em Portugal onde mais baixou a taxa de desemprego. Sim, nós fomos capazes. A par disso a Câmara Municipal endireitava as suas contas, e fazíamos renascer em conjunto à esperança que voltaríamos ao caminho do progresso e bem-estar coletivo.

A COVID 19. Há acontecimentos difíceis e penosos que nos faz regressar o melhor da génese da massa que somos feitos em Paços de Ferreira. Que nos faz ser um povo bravo, lutador, vencedor. Se em outubro/novembro do ano passado os números disparavam e éramos diariamente notícia por bater todos os recordes, a partir daí traçamos em conjunto o caminho da defesa do bem geral. Para isso foi preciso a arte e o engenho do município vencer os entraves da saúde pública local e colocar ao serviço da comunidade a realização dos inquéritos epidemiológicos, através do sistema tecnológico que criamos e que fomos pioneiros no país, o EMA SAVE COVID, que com a capacidade de testagem nos permitiu num curto espaço de tempo de inverter os números de infetados.

E foi assim que, de modo absolutamente espetacular pela rapidez com que aconteceu, fomos capazes de baixar os números de novos infetados no concelho, a ponto de, durante largas semanas, ser o concelho do distrito do Porto com o menor número de infetados.

E sim. A Câmara Municipal, ao contrário da crise financeira iniciada em 2010, estava agora preparada para responder à crise, incluindo o pior cenário possível. A divisa foi, que não faltasse nada a ninguém! E na verdade tem havido muito empenho e muito trabalho, quer na implementação de políticas económicas e sociais para minorar o impacto violento da pandemia, quer no apoio prestado à comunidade. Nesta matéria, não há memória de ter havido no concelho um investimento tão forte na Ação Social, por parte da Câmara Municipal, para apoiar famílias e empresas em dificuldade. Seria redutor estar aqui a enunciar tudo o quanto foi feito. Mas foi. A história encarregar-se-á de fazer justiça. O nosso povo dirá também da sua justiça! Uma palavra marca a atitude dos colaboradores do município nesta batalha: incansáveis!

AS VACINAS! A chegada das primeiras vacinas ao concelho reforçou a esperança coletiva a caminho da imunidade de grupo, embora saibamos que ainda é muito cedo para dizermos que vencemos o vírus. Importa recordar que o vírus entrou neste concelho industrial e urbano, plataforma geradora de negócios à escala internacional, pela mobilidade de pessoas que diariamente por aqui passa, vindos de lugares e países diferentes.

Ficará para sempre na minha memória e, creio que na de todos, este facto relevante: a crise sanitária colocou a nossa solidariedade, enquanto comunidade, à prova! Nessa matéria, os meus concidadãos revelaram uma generosidade enorme, um afeto desmesurado e incomensurável pelo próximo, só estranho a quem não nasceu ou não vive em Paços de Ferreira.

E assim, mais uma vez, estamos a conseguir transformar a Capital do Móvel na Capital da Esperança!

Humberto Brito, Presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira