Foto: I.R.M./Verdadeiro Olhar

A tomada de posse do Estádio de Sonhos pela Câmara Municipal de Valongo deverá ocorrer em Novembro. A estimativa para a concretização da expropriação do equipamento desportivo da cidade de Ermesinde foi hoje tornada pública pelo presidente da autarquia durante o período antes da ordem do dia da reunião de câmara.

“Estimamos que em Novembro seremos os novos donos. A partir daí será um equipamento ao serviço da comunidade”, afirmou José Manuel Ribeiro, referindo-se à expropriação do campo de jogos da cidade de Ermesinde. Referindo-se à tomada de posse do estádio levada a cabo esta semana pelo proprietário do equipamento, o autarca afirmou que “o comportamento do proprietário veio perturbar a comunidade”, acrescentando que pediu ao vereador do Desporto para tomar as diligências necessárias e “apoiar todos os que precisam do equipamento para a prática desportiva”. “Estamos a agilizar o processo de expropriação e estimamos que em Novembro seremos os novos donos”, sublinhou. De recordar que Abílio Sá, proprietário do equipamento desportivo, fez-se acompanhar, esta terça-feira, de um agente de execução e da PSP de Ermesinde para executar a sentença que lhe reconheceu o direito de reivindicação de propriedade e consequente despejo do Ermesinde Sport Clube 1936. Tomada a posse, o proprietário decidiu não concretizar o despejo e deixar à responsabilidade dos presidentes da direcção e da assembleia geral do clube, bem como ao presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, as chaves do campo de jogos que poderá ser ainda usado até ao final de Outubro.

Autarca mantém “forte expectativa” na reunião com Ministério da Educação

A dominar o período antes da ordem do dia estiveram também as questões relacionadas com a Educação, no que respeita sobretudo às necessárias obras de requalificação das escolas secundárias de Ermesinde e de Valongo e que, conforme publicado em Diário da República de 2 de Setembro, ficaram fora das listas dos estabelecimentos que vão beneficiar de fundos comunitários para intervenções de requalificação e modernização. José Manuel Ribeiro adiantou que foi contactado pelo gabinete do ministro da Educação, confirmando o agendamento da reunião solicitada logo após a abertura do ano escolar. “Tenho uma forte expectativa. Espero que diga o que o Ministério da Educação propõe para estas duas escoas”, disse, reafirmando que Valongo “não foi tido nem achado”, não tendo havido qualquer contacto no sentido de haver colaboração da autarquia na comparticipação nacional dos fundos do Portugal 2020 para que as referidas escolas integrassem a lista dos que vão beneficiar de fundos comunitários. “Estou esperançoso. Valongo é o único concelho que nunca teve uma intervenção do Ministério da Educação no parque escolar”, disse, reafirmando não aceitar a “discriminação”.

PSD critica presidente por “não assumir a parte que lhe cabia”

Maria Trindade Vale, vereadora do PSD, expressou dúvida quanto ao esperado sucesso da reunião do presidente da câmara municipal com o ministro da educação, classificando de “utopia” a expectativa de José Manuel Ribeiro. Na opinião da vereadora seria “um abrir de precedentes com Valongo e teria os outros concelhos a pedir o mesmo”. O PSD insistiu e pediu ao autarca informação sobre a troca de correspondência entre o Ministério da Educação, DGESTE (Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares) e Câmara Municipal. Hélio Rebelo, vereador do PSD, frisou ainda a este respeito que “alguém falhou. Ou o Governo quis prorrogar essa injustiça ou houve da sua parte [presidente da câmara] algum deixar andar”. Considerando que o executivo municipal “não assumiu a parte que lhe cabia”, o PSD repudiou a “falta de vontade de investir no futuro dos jovens”. A vereadora aproveitou ainda para colocar uma série de questões relacionadas, por exemplo, com o investimento também nas escolas do 1º ciclo e com as medidas que serão tomadas para suprir a falta de funcionários nas escolas. Sobre isto, Orlando Rodrigues, vereador do Desporto e Educação, esclareceu que tem sido investido aproximadamente 300 mil euros por ano nas escolas e que está a decorrer um concurso para a contratação de 10 operacionais.