Miguel Ferreira foi eleito, no passado sábado, presidente dos Bombeiros Voluntários de Lordelo. O ex-comandante da corporação liderou a única lista que foi a eleições e sucede a Manuel Costa, que optou por não se recandidatar.

O novo presidente da associação humanitária não avança para já com promessas sobre projectos, sem se inteirar sobre a situação financeira da instituição. Mas promete que veio para unir os bombeiros, a direcção e o comando.

 

Quer unir bombeiros, direcção e comando

No início de 2010, Miguel Ferreira abandonou o cargo de comandante dos Bombeiros Voluntários de Lordelo por divergências com o agora presidente cessante Manuel Costa. Mais de cinco anos depois, regressa à corporação como presidente da direcção. Foi o único candidato às eleições que decorreram no passado sábado e que levaram às urnas quase 140 sócios e bombeiros. “Foi a eleição mais participada dos últimos 25 anos”, refere o novo dirigente da corporação. A lista foi eleita com 122 votos, havendo nove nulos e sete brancos. Miguel Ferreira tem como vice-presidente Fernando Moreira da Silva, como tesoureiro Hélder Oliveira e como primeiro secretário José Luís Vinha. Francisco Leal, presidente da A LORD, foi eleito presidente da Assembleia Geral e Jorge Ferreira vai presidir ao Conselho Fiscal.

“Esta é uma casa de que sempre gostei e à qual tinha vontade de voltar, fosse como presidente ou não. Ao fim de mais de cinco anos de ausência havia necessidade de mudar e como a direcção que lá estava não se ia candidatar, candidatei-me”, justifica Miguel Ferreira, afirmando que recebeu muito apoio de bombeiros e associados. “Vi os bombeiros com muita vontade de mudança. Muitos diziam que precisavam de mim lá”, sustenta.

O novo presidente não quer falar de projectos sem se inteirar do estado financeiro da associação, mas deixa já uma promessa: a de unir os bombeiros, a direcção e o comando. “Tenho a ideia que andam desunidos. E devemos ser uma família só”, afirma.

 

Abandonou o comando por divergências com o presidente da direcção

 Com o comando pretende manter uma “relação pacífica”, não misturando as funções de comando e direcção nem tentando intervir.

Recorde-se que Miguel Ferreira abandonou os Bombeiros Voluntários de Lordelo em 2010, quando era comandante da corporação há apenas três anos. Na altura saiu devido a “desentendimentos irreversíveis” com o presidente da direcção cessante, Manuel Costa. À época, em entrevista ao VERDADEIRO OLHAR, Miguel Ferreira acusou Manuel Costa de “não saber ocupar o seu lugar”, de “tentar ser presidente, comandante e até bombeiro só para dar nas vistas” e de seguir a política do “eu quero, eu posso, eu mando”.

Miguel Ferreira foi bombeiro durante 23 anos. Foi segundo comandante da corporação durante dois anos e comandante durante três. Tem 59 anos e é sócio-gerente de uma empresa de mobiliário.

A tomada de posse da nova direcção deve acontecer já no início de Janeiro.