O presidente da Câmara de Valongo pediu hoje aos deputados da Comissão Parlamentar do Ambiente, Energia e Ordenamento do Território que ajudem a encerrar o aterro de Sobrado, explorado pela Recivalongo, que “foi mal licenciado e que viu as suas licenças ambientais e de exploração renovadas em 2017/2018 pelo Ministério do Ambiente, mesmo depois da oposição do município e de provas de contaminação das águas”.

Numa audição por videoconferência, onde respondeu a questões colocadas pelos deputados do PSD (Paulo Leitão), do BE (Maria Manuela Rola), do PCP (Diana Ferreira), do PS (Joana Bento), do CDS (João Gonçalves) e da deputada Joacine Katar Moreira, o autarca José Manuel Ribeiro desafiou os eleitos a “investigar este processo muito estranho de renovação das licenças de exploração e ambientais”.

O edil informou também a Comissão Parlamentar que a Câmara de Valongo está a realizar uma investigação interna ao processo de licenciamento urbanístico deste aterro.

José Manuel Ribeiro pediu ainda que as entidades públicas de fiscalização tenham “tolerância zero para com este operador fazendo contra-análises”. Defendeu ainda uma profunda revisão da legislação que regula este sector.

Aos deputados, o autarca falou dos “impactos extremamente negativos da actividade do Aterro da Recivalongo para as populações e para o território, designadamente ao nível dos maus cheiros constantes, da contaminação dos lençóis freáticos, e dos riscos para a saúde humana do foco de insectos permanente que parte do aterro e afecta as habitações e escolas que estão junto ao aterro”.

Lembrou ainda que uma das últimas transgressões da empresa aconteceu em Março, quando o aterro foi mantido a descoberto. “Infelizmente em Sobrado as crianças muitas vezes não vêm para os recreios pois os cheiros são nauseabundos”, deu como exemplo.

Recorde-se que o Ministério do Ambiente anunciou, na semana passada, que o aterro de Sobrado não recebe resíduos importados desde o dia 1 de Maio. Mas a Câmara e a Associação Jornada Principal prometem continuar a lutar pelo encerramento do espaço.