José Manuel Ribeiro entregou carta ao Ministro da Saúde

O presidente da Câmara Municipal de Valongo aproveitou a visita do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, para entregar uma carta apelando à resolução de uma série de situações prementes no concelho em matéria de cuidados de saúde pública. “Vamos procurar, dentro das exigências orçamentais, responder às expectativas legítimas e urgentes do concelho”, respondeu o governante.

À entrada da Unidade de Saúde Familiar de Valongo, José Manuel Ribeiro cumprimentou o ministro da tutela e aproveitou para lhe entregar uma missiva, explicando os anseios da população e salientando que “na saúde tem de haver condições,” e que no concelho de Valongo essas condições não são iguais.

Nessa carta, a que o VERDADEIRO OLHAR teve acesso, o autarca refere que “num passado recente, assistimos à adopção de opções governativas na área da saúde com forte impacto no Município de Valongo (…) que constituem um grave retrocesso no acesso dos cidadãos ao Serviço Público de Saúde, ainda mais censuráveis atendendo à conjuntura económica do País e às fortes carências da população do concelho”.

 

Autarca exorta à concretização de compromissos

José Manuel Ribeiro apela assim à “concretização de uma série de compromissos assumidos pelo anterior Governo na sequência do indesejado” encerramento do serviço de Urgência no Hospital de Valongo, nomeadamente solucionar o “grave problema de milhares de munícipes continuarem a não ter atribuído médico de família”; o alargamento dos horários de funcionamento das Unidades de Saúde Familiar existentes e, em particular, a criação de uma Unidade de Saúde Familiar na vila de Campo; e a construção dos novos Centros de Saúde em Campo e em Alfena. Por último, são salientados os “constrangimentos” causados aos munícipes pela criação do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Maia/Valongo, devido à “carência de transportes públicos que liguem os dois municípios com as inevitáveis consequências em custos e tempo despendidos para actos tão simples como a mera obtenção de atestados de incapacidade, necessários para a isenção de taxas moderadoras, benefícios fiscais, aquisição de viatura ou de habitação própria, entre outros”. No entender de José Manuel Ribeiro o ACES Maia/Valongo “representa, assim, um retrocesso no acesso dos cidadãos ao Serviço Público de Saúde, contraria o objectivo da coesão territorial, deixando evidente que os motivos que presidiram à sua criação se prenderam com questões economicistas e não com motivações de natureza clínica”.

No final da visita À USF de Valongo, o ministro da Saúde, em declarações aos jornalistas, explicou apenas que irá “procurar, dentro das exigências orçamentais, responder às expectativas legítimas e urgentes do concelho”, deixando o “compromisso” de trabalhar essas questões com a Câmara Municipal de Valongo.