Mariana Machado Silva, presidente da Junta de Vilela e recandidata do PSD à mesma freguesia, critica a “democracia de censura” existente na Assembleia Municipal de Paredes por ter sido cortada a palavra ao representante da freguesia quanto tentava interpelar o presidente da Câmara de Paredes (PS) sobre uma alegada verba que não está a ser paga à junta.

Durante a Assembleia Municipal, quando se discutia uma rectificação ao contrato inter-administrativo de delegação de competências na freguesia de Rebordosa, António Carlos Pacheco, em nome da autarca local, tentou expor a situação vivida em Vilela quanto aos mesmos contratos executados para fazer obras na freguesia e os valores alegadamente em falta. Mas quando começou a falar de Vilela num ponto dedicado a Rebordosa, a intervenção foi interrompida. “Não estamos a discutir os contratados inter-admnistrativo de Rebordosa. Se tem alguma coisa a dizer sobre este, faça o favor, se não tem deveria ter feito essa intervenção no período antes da ordem do dia”, esclareceu o presidente da Assembleia Municipal, Baptista Pereira, não permitindo a intervenção.

No ponto seguinte, um acordo de cooperação da freguesia de Astromil, Manuel Gomes, do PSD, pediu a palavra para “registar que é uma pena que não exista uma bitola única para a distribuição dos dinheiros municipais por todas as freguesias”.

Numa publicação nas redes sociais, Mariana Machado Silva lamentou a situação. “Em plena Assembleia Municipal foi cortada a palavra ao representante de Vilela, tendo o mesmo sido impedido de transmitir a minha mensagem. O senhor presidente esquivou-se, assim, de responder às questões que lhe queria colocar: “Perguntamos-lhe senhor presidente: qual obra teria feito de forma diferente? Qual obra acha que excedeu o orçamento? Qual obra teria deixado para trás?”, lê-se.

Em causa o facto de a Junta de Freguesia de Vilela defender que a Câmara de Paredes está em dívida com aquela autarquia local em mais de 22 mil euros, pelo facto de o montante transferido para a realização de obras municipais que foram delegadas na Junta não ter sido suficiente.

“Enquanto vemos os demais a agradecer ao senhor presidente por redistribuir as verbas que lhe são concedidas pelo Governo Central, no nosso caso, entendemos que o Dr. Alexandre Almeida deve um agradecimento ao executivo da Junta de freguesia de Vilela por dispor do seu orçamento próprio, dos seus meios e das suas capacidades para realizar obras que competiam apenas a este executivo camarário”, argumenta a presidente da Junta, acrescentando: “deve também o senhor presidente da Câmara um pedido de desculpas a Vilela por não saber distinguir a pessoa das pessoas, a causa da ambição, a necessidade do orgulho e publicitar obras como sendo suas, sem ter o cuidado de as pagar integralmente”.

Segundo a autarca do PSD, “por mais argumentos que tente invocar, por mais investimentos que prometa fazer, por mais ideias que apresente para o futuro, ninguém esquece o passado e tão pouco esquecem que o senhor presidente da Câmara decidiu não liquidar o remanescente valor devido de 20 mil euros apenas e tão só porque não quis!”. “Porque quis impedir o executivo de freguesia de vocacionar essa verba para outras importantes obras, porque quis colocar o executivo de freguesia em dificuldade, porque quis semear pedras num caminho que apenas conduz às próximas eleições”, lê-se ainda.

Mariana Machado Silva levanta ainda algumas questões de carácter partidário: “as promessas do dr. Alexandre Almeida para a freguesia de Vilela são para se realizar independentemente da cor partidária do executivo de junta de freguesia, ou as mesmas vêm com condições?!”