Ao longo dos últimos anos, parte das minhas leituras incidem sobre a história do PCP. Passam pela história da sua fundação, o período vivido durante o Estado Novo, o papel que desempenhou no período revolucionário (bem superior à força demonstrada nas urnas) e ao definhar paulatino que a que se foi votando desde meados da década de 90.

O PCP nunca conseguiu ter uma grande implementação a Norte. Provavelmente, essa impregnação nunca ocorrer por fatores históricos, religiosos e pelo facto de, as gentes do Norte, sempre terem olhado para a história da coletivização com desdém e para os comunistas como utópicos.

O PCP – e isso demonstram esses anos quentes pós-revolução – convive mal com a democracia. São os seus genes, o seu ADN e, pensar o contrário, é não conhecer a história que nos permite descortinar o futuro. O PCP apenas está na democracia portuguesa porque, de outro modo, não existiria; o PCP apenas está na Assembleia da República porque necessita de palco democrático e mediático; o PCP apenas sobreviveu até agora porque era o maior partido de protesto na vida democrática e conseguiu lograr ter alguma implementação concelhia decorrente desse 25 de abril.

A posição do PCP quanto à guerra na Ucrânia é, pelo menos, coerente. Não lhes interessa quem invadiu, não querem saber de atrocidades, mortes ou crimes de guerra. O que interessa é que a guerra pare, não importando as condições, a destruição… O PCP, pese embora o não diga, continua a acreditar na comunicação do Kremlin, onde um ultranacionalista dita coisas que parecem ser o oposto do PCP, mas não são de todo. O PCP gosta de ditaduras; só não gosta que sejam de direita. Se em Portugal aparecesse um ditador de esquerda, o PCP daria a sua bênção.

O PCP continuará a definhar, agora de forma acelerada com o aparecimento de outros partidos de protesto, mais alinhados com a realidade e com a ideia de democracia. As próximas eleições legislativas demonstrarão, de forma indelével, essa tendência que, todas as últimas eleições, clarificam. O PCP morrerá para que a democracia se mantenha viva e saudável… É a vida!