O presidente da Câmara de Paredes, Alexandre Almeida, tomou, hoje, posse como presidente do conselho executivo da Associação de Municípios Parque das Serras do Porto, que une os concelhos de Gondomar, Paredes e Valongo.

Durante a sessão, o autarca considerou que 2023 será um ano importante pelos projectos que irão para o terreno.

Desde logo o programa Life, uma candidatura de 3,6 milhões de euros, apoiada em 2,1 milhões por fundos europeus, sendo o restante valor assumido pelas autarquias, que vai permitir intervir em 423 hectares de floresta até 2027. Vão ser, lembrou o edil paredense, controladas espécies invasoras e plantadas mais de 170 mil árvores e arbustos autóctones, instalado um apiário pedagógico, aplicadas técnicas de bio-engenharia para aumentar a retenção de água no solo e requalificar as margens dos Rios Ferreira e Sousa. Haverá ainda apoio para contratar uma equipa operacional para trabalhos de silvicultura, “no fundo uma equipa de sapadores e que vai cuidar das florestas”. A par disso, salientou Alexandre Almeida, estão previstas iniciativas pedagógicas, “para envolver as populações dos três municípios no Parque das Serras do Porto, para que as pessoas tenham gosto no Parque, conheçam o que deve ser preservado e para fomentar o voluntariado”.

Durante a Assembleia-Geral, realizada no salão nobre da Câmara de Paredes, foi ainda assinado um memorando de entendimento e compromisso envolvendo a associação e os municípios integrantes, para a criação de uma Rede de Estrutura e Valorização Turística do Parque das Serras do Porto, que visa “tentar por em prática uma estratégia de desenvolvimento sustentável no turismo”.

Esta rede, que vai ser alargada a outros operadores turísticos e a outros actores sociais do Parque das Serras do Porto, tem como objectivo “o desenvolvimento de um programa de estruturação e valorização turística do Parque das Serras do Porto ao nível dos alojamentos, da restauração e da animação turística”, referiu o edil paredense. “Até agora foi a fase de estudar o Parque das Serras e agora chega a parte de valorizar e explorar o turismo. Existe um grande potencial turístico para explorar e queremos que isso seja feito de forma organizada e sustentável, dando informações a quem queira investir nesta zona sobre o que pode ou não fazer e regras a cumprir, para que oferta turística seja uma mais-valia e possamos quase pôr um ‘selo’ da Parque das Serras do Porto nesses investimentos”, descreveu o presidente da Câmara. A grande meta é ter “oferta turística de qualidade”.

Questionado sobre as ambicionadas equipas de sapadores florestais para proteger aquele território, Alexandre Almeida explicou que, além doa equipa financiada pelo programa Life, continua “em cima da mesa” a ideia de “ter uma equipa de sapadores [ou mais do que uma] dedicada ao Parque das Serras do Porto”. Só não avançou ainda, porque a Área Metropolitana do Porto entendeu que não havia condições, justificou, sendo que a AGIF – Agência de Gestão Integrada de Fogos Rurais vai permitir candidaturas para criação de equipas deste género e já há negociações para que a associação de municípios se possa candidatar.

A presidência da Associação de Municípios Parque das Serras do Porto é rotativa e o mandato decorre pelo período de um ano. O presidente cessante, Marco Martins, autarca de Gondomar, enalteceu o trabalho da equipa técnica e lembrou que este projecto “nasceu a muito custo” e é “um modelo de sucesso”. “O que estamos a fazer é para os nossos filhos e para os nossos netos. Isto é uma âncora da região, um projecto da região e para a região”, frisou o presidente da câmara. Destacou ainda que há “muito trabalho a fazer” nesta missão de “construir um futuro mais sustentável e mais verde”.

“É uma honra e uma sorte estarmos em funções, quando foi possível, com o nosso empenhamento, termos erguido esta associação”, afiançou o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro. “Acho que as pessoas, no futuro, vão perceber a importância desta associação. Este é um projecto de transformação da paisagem de três municípios. Daqui por 30 anos, vamos ver como será esta paisagem e vamos medir a qualidade do nosso trabalho presente, porque investir neste tipo de infra-estruturas não é um trabalho de curto prazo”, realçou.