A 50.ª edição da Feira Capital do Móvel, em Paços de Ferreira, abriu portas este sábado. Conta com cerca de 60 expositores e, durante uma semana, a expectativa dos responsáveis pelo certame é que passem pelo Pavilhão de Feiras e Exposições milhares de pessoas e sejam feitos negócios que ultrapassem um milhão de euros em vendas.

A Feira foi inaugurada pela secretária de Estado da Indústria, Ana Lehmann, que elogiou a diversidade e dinamismo das empresas que encontrou. “Há 50 edições que este certame é uma referência e um marco num sector que é importantíssimo para a indústria portuguesa”, afirmou a governante.

“A nossa tradição é que nos diferencia e é um grande activo estratégico”

Durante mais de uma hora, Ana Lehmann visitou praticamente todos os expositores presentes na 50.ª Capital do Móvel.

No final, a secretária de Estado sustentou que não podia estar mais satisfeita com o que viu: empresas diversificadas e que aliam a inovação à tradição.

“Este é um sector importante para o país que tem aqui o epicentro. Emprega 28 mil pessoas e representa um volume de negócios de mais de 1500 milhões de euros. E vive um bom momento, que esperemos que continue e ainda aumente, o que mostra o dinamismo das empresas e empresários”, afirmou a governante.

“A nossa tradição é que nos diferencia e é um grande activo estratégico, mas temos sempre que inovar. Esta feira tem crescido nos últimos anos e é uma montra o que de melhor se faz no sector”, acrescentou Ana Lehmann.

Segundo a secretária de Estado a indústria portuguesa “dá cartas e diferencia-se pela positiva” mas é preciso rejuvenescimento. “Queremos atrair os jovens para a indústria. Queremos que percebam que podem ter uma carreira bem remunerada e com qualificação. Um bom técnico ligado à indústria tem praticamente emprego garantido”, salientou.

“Andamos taco a taco com o melhor que é produzido na Europa”

Antes, o presidente da direcção da Associação Empresarial de Paços de Ferreira tinha apresentado a Capital do Móvel como “o maior certame do sector do mobiliário em Portugal”. “Andamos taco a taco com o melhor que é produzido na Europa. Temos produtos de alta qualidade, design apelativo e preço competitivo”, afirmou Rui Carneiro.

O dirigente salientou ainda alguns números. “Entre 2007 e 2017 as exportações do concelho cresceram 10 vezes em valor. Já o sector exportou 2 mil milhões em 2017, tanto como sector do calçado”, disse.

Nesta edição, Rui Carneiro diz que o objectivo passa por “ultrapassar um milhão de euros em vendas”. O mesmo responsável realçou que este ano a AEPF comemora 30 anos de existência e que o certame tem mais de 30% de expositores novos e uma imagem renovada.

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“Em quatro anos foram criadas mais de 800 empresas”

Também foi em números que se centrou a intervenção do presidente da Câmara de Paços de Ferreira. Humberto Brito começou por lembrar o cenário que encontrou no primeiro ano como presidente da câmara: “Tínhamos números assustadores, as maiores taxas de desemprego e um número significativo de encerramentos de empresas no concelho”.

O trabalho encetado foi de cooperação com a AEPF. Ao longo de quatro anos foram concertadas várias estratégias, como a Best Furniture of the World, projecto que colocou empresas do concelho a produzir mobiliário para empresas conceituadas e deu “notoriedade” mostrando aquilo “que sabem fazer bem”.

Humberto Brito diz que a estratégia deu resultados. “Em quatro anos foram criadas mais de 800 empresas. Entre 2014 e 2016 o emprego cresceu 17,5% e fomos o concelho em Portugal que mais reduziu a taxa de desemprego, mais de 55%”, referiu o autarca. Também há menos 3.000 pessoas inscritas nos centros de emprego, o volume de negócios teve um crescimento de 26% e as exportações cresceram 16,5%, afirmou.