O Partido Socialista assumiu a liderança da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, pela primeira vez, em 2013, reforçando a maioria em 2017 e de forma, aliás, muito expressiva. Entre 1 de Outubro de 2017, data em que o PS obteve no concelho o melhor resultado alguma vez conseguido por qualquer força partidária em 43 anos de democracia e o dia de hoje, passaram apenas 4 meses. Sem prejuízo do natural respeito por todos os partidos que se apresentaram a eleições, a verdade é que ao imenso voto de confiança dado ao PS, correspondeu uma enorme e histórica derrota do PSD. Apesar de todo o ruído lançado durante a campanha eleitoral, o projeto e os protagonistas que lideram o maior partido da oposição, receberam da população uma mensagem clara. Mas tal como em 2013, parece que o PSD insiste em não compreender o que o povo do concelho expressou no segredo do voto. Prova disso foi a forma como decidiram iniciar a função de oposição logo na primeira reunião do executivo e que insistem em continuar.

Pessoalmente nada tenho a ver com o modo como os eleitos do PSD exercem o seu mandato. Tenho uma opinião, mas entendo que me devo reservar, neste ponto, ao silêncio. Essa é uma questão interna do PSD e é aos próprios que impede a tarefa de definir o caminho a trilhar, por muito confuso e contraditório que seja. No entanto, quando as insinuações se tornam reiteradas e o único projeto político que têm a apresentar resvala para questões que colocam em causa o bom nome dos seus adversários, aí a história já é outra.

Já o disse e reitero que é confrangedor e muitas vezes infantil, o argumentário político do PSD. Mas esse é um problema do próprio PSD. No entanto e provavelmente por forma a mitigarem tamanha pobreza programática, a única solução encontrada passa por acusações torpes, como a relativa à adesão do município ao Programa de Regularização Extraordinária de Vínculos Precários da Administração Pública. Contrariamente ao insinuado pelo vereador do PSD que, de forma despudorada, acusou a autarquia de ter “37 avençados nos seus corredores”, em causa estão, na sua esmagadora maioria, funcionários que ficarão afetos às oficinas municipais e equipas de jardinagem, os mesmos que permitiram que o trabalho que antes era feito com recurso a empresas privadas, passasse a ser realizado pelo Município. Naturalmente que quem, em 2013, deixou como mais uma bela herança, oficinas municipais com meia dúzia de máquinas a apodrecer e a entrega de praticamente todos os serviços a privados, não percebe a importância fulcral desta medida para o concelho. O que sinceramente não entendo e repudio frontalmente, é o uso sistemático da mentira e esta tentativa de enlamear o debate político. Esquece-se o PSD que também sobre isto, o povo, há apenas 4 meses atrás, disse de sua justiça. E não correu nada bem!