Foi num Fórum Social de Ermesinde repleto que se ficaram a conhecer as linhas-mestras do programa de candidatura de Hélio Rebelo à Câmara Municipal de Valongo, porque o município “não pode desperdiçar um presidente com a sua visão, a sua experiência e a sua seriedade”. Quem o disse foi Hugo Soares, secretário-geral do PSD, confidenciando que a escolha deste candidato “foi a primeira e única”.
Mas o discurso mais aguardado foi mesmo o do protagonista da noite que começou por anunciar que promete “apenas o que possa cumprir, e cumprirei tudo o que prometer.” Hélio Rebelo explicou que, embora o programa completo esteja “a ser afinado com quem sente os problemas na pele”, existem três pilares inegociáveis que sustentam o seu caderno de encargos às próximas autáquicas, sendo eles a mobilidade, o cuidar bem do que é nosso e, por fim, as pessoas e a sua dignidade, que estarão sempre acima de tudo e todos.

No que diz respeito à mobilidade, Hélio Rebelo lamentou que Ermesinde seja a “cidade nortenha onde a distância se mede mais em minutos perdidos do que em metros percorridos”, elencando “o caos diário entre o centro e a entrada da auto-estrada”, para além do absurdo de “muitos vizinhos de Campo entrarem na A4, pagarem portagem e só assim conseguirem chegar a Valongo”.
“É urgente rever e reverter as alterações de trânsito (…) porque estão a prejudicar quem vive e quem trabalha no comércio local” – Hélio Rebelo
Neste âmbito, deixou duas promessas: “nada é imutável”, por isso, considerou “urgente rever e reverter as alterações de trânsito que a Câmara introduziu recentemente, retomando os dois sentidos onde fazem falta, porque estão a prejudicar quem vive e quem trabalha no comércio local” e, até lá, anunciou a criação de um Passe Inter-Freguesias totalmente pago pela Câmara. Assim, “qualquer munícipe que queira deslocar-se entre Campo, Alfena, Sobrado, Valongo ou Ermesinde não pagará bilhete”. Tudo somado, leva a que existam “menos carros, menos despesa para as famílias e mais qualidade de vida para todos.”

Hélio Rebelo não deixou de condenar a situação das “estradas remendadas à pressa” e os “pavilhões que fecham para obras sem data de retorno”, mas deteve-se sobretudo nas escolas, onde não se compreende que “uma sala fique um mês inteiro com a fechadura avariada ou que um vidro partido permaneça semanas à espera de substituição”.

Para além disso, “é inaceitável ver crianças a ter aulas acima dos 30 graus porque não existe climatização.” Ainda relativamente a esta área, o candidato social-democrata garantiu que, e caso seja eleito, todas as crianças do concelho terão refeições escolares gratuítas”.
Cuidar dos idosos que não podem sair de casa
Hélio Rebelo disse ainda não entender porque é que se diz que Valongo é um atrativo para jovens, se não há “um único incentivo à natalidade e faltam berçários e creches”. A solução passa por “criar um apoio financeiro direto à natalidade” e transformar as IPSS em “parceiras de primeira linha da Câmara”. E lembrou ainda quem está no extremo oposto da vida, são eles os mais idosos que vivem isolados e, muitas vezes, “dependem da bondade de uma vizinha ou de uma instituição. A autarquia pode não ter mãos para tudo, mas tem a obrigação de apoiar quem chega onde nós não chegamos”, frisou.
Por fim, não deixou de lançar farpas ao “desequilíbrio orçamental” do município, onde “associações que seguram
o tecido social tenham de mendigar apoios enquanto se gastam dezenas de milhares de euros em festas sucessivas.”
O lançamento oficial da candidatura contou com as presenças de João Paulo Baltazar, ex-presidente da autarquia e mandatário da candidatura, que enalteceu “a forma como o Hélio projetou internacionalmente a fábrica de Biscoitos Paupério e o rigor que impõe em tudo o que gere”, fatores que “revelam bem a competência do próximo presidente de Valongo”, sublinhando também o seu “carácter sério, exemplar e determinado”.
Já Pedro Duarte, presidente da Comissão Política Distrital do PSD, aproveitou a ocasião para recordar o resultado das legislativas de 18 de maio, altura em que “a AD venceu em todas as freguesias do concelho”, um cenário que acredita que se repetirá a 12 de outubro, fazendo com que Valongo, “um município plenamente integrado na Área Metropolitana do Porto, deixe de ser mero subúrbio.”