Valongo, Cor-de-rosa, oportunidades perdidas!

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No dia 4 de novembro de 2019, foi apresentado na sala multiusos do Museu Municipal o projeto dos novos Paços do Concelho.

Começa aí um processo enviesado, tortuoso e bem demonstrativo da falta de sentido democrático intrínseco do atual Presidente da Câmara Municipal de Valongo.

O projeto apresentado, não foi discutido com o maior partido da oposição, o PSD, nem a pertinência efetiva deste projeto foi devidamente discutida, aferida ou avaliada.

Entretanto o mundo entrou numa pandemia e tudo mudou, ou deveria ter mudado.

As prioridades, fruto da pandemia, mudaram para quase todos, menos para o Presidente da Câmara de Valongo.

O Presidente Socialista de Valongo, cujos mandatos são estéreis e inconsequentes, escolheu como sua prioridade deixar uma marca dos seus mandatos no nosso Concelho, e para tal escolheu a construção de uma nova Câmara Municipal com custos faraónicos.

Isto em detrimento de, verdadeiramente apoiar os valonguenses, lançando ao mesmo tempo as bases de um desenvolvimento sustentado, que todos ambicionamos.

O valor inicialmente falado para a construção desta nova Câmara era 6 milhões de euros. Rapidamente passou a 7 milhões, depois 9 milhões e depois 11 milhões. Devagar, mas de forma certa e irrevogável, o montante da construção foi aumentando. O primeiro concurso público lançado pela Câmara foi de 13 milhões tendo ficado deserto. Foi depois encontrado o valor de 11 milhões com o atual empreiteiro.

Se juntarmos o valor do terreno, obras a mais e arranjos, estaremos muito rapidamente em valores próximos de 20 milhões de euros, isto sem contar com todos os equipamentos que serão necessários para tornar este projeto operacional.

Não bastasse tudo isto, a obra, surpreendentemente está parada há vários meses.

Sim, a obra está parada, sendo que o empreiteiro, que aceitou fazer esta obra por 11 milhões de euros, escolhido pelo Presidente Socialista da Câmara Municipal de Valongo, abandonou a obra após o Presidente da Câmara lhe ter “adiantado” 2 milhões de euros do orçamento municipal!

Eu encontraria muitíssimas situações de solução urgente em Valongo onde esses 2 milhões de euros seriam bem investidos em favor dos valonguenses.

Além do mais, em circunstâncias normais, as empresas privadas financiam-se na Banca. Neste caso concreto o Banco do empreiteiro foram os bolsos dos valonguenses, os seus impostos e taxas, através da ação irresponsável de um presidente Socialista que não tem noção da realidade!

O montante, que se avoluma, para a construção da nova Câmara não tem nenhum financiamento europeu previsto, é, portanto, à custa do orçamento da Camara Municipal, às custas dos valonguenses, que este “investimento” é feito.

Não questiono a decisão de construção de uma nova Câmara, questiono o momento em que se decide avançar com a sua construção, questiono o projeto e o valor que vai custar aos valonguenses, questiono o rácio custo/benefício de todo este “investimento”.

São todos os valonguenses que vão pagar, ao longo de 20 anos esta megalomania do Presidente Socialista da Câmara de Valongo.

Teremos um compromisso que abrangerá 5 mandatos após a saída deste executivo Socialista…

Não teremos novas vias de acesso, essenciais para os valonguenses e para a atividade económica.

Não teremos manutenção das vias e passeios existentes.

Não teremos investimento nos atuais edifícios camarários, que se degradarão por força da concentração dos meios na construção da nova Câmara Municipal.

Não teremos capacidade para investir nos edifícios, entretanto adquiridos pela Câmara de Valongo, como por exemplo o cinema de Ermesinde e a casa do Consulado do equador também em Ermesinde, para os quais não há projetos definidos.

Não teremos investimento equilibrado nas freguesias do nosso Concelho, circunstância incompreensível e certamente incompreendida pelos munícipes.

Não teremos investimento dedicado a proporcionar boas condições aos empresários que em Valongo se queiram instalar, criar emprego e fazer desenvolver o nosso Concelho, como o PSD preconizava com o investimento numa nova zona industrial municipal.

Com tanta coisa básica da qual o nosso Concelho necessita, este Executivo Socialista desbarata a independência financeira do Município num edifício, cujo principal objetivo é massajar o ego do atual Presidente Socialista da Câmara de Valongo.

No futuro, terá de ser muito claro para todos o que ficou por fazer em Valongo por causa das decisões de um Presidente Socialista em fim de ciclo.

Terá de ser muito claro para todos, quanto custaram as decisões de um Presidente Socialista que desde o início dos seus mandatos, não tem um pensamento estratégico para Valongo, está arredado da realidade de Valongo.

Terá de ser muito claro para todos os valonguenses o que ficou por fazer, quais as oportunidades perdidas e o custo que isso teve, tem e terá para o desenvolvimento equilibrado e harmonioso de Valongo.

Daniel Felgueiras

Deputado Municipal/PSD de Valongo