Verdadeiro Olhar

Tribunal decretou a insolvência da Associação Empresarial de Paredes

O Tribunal de Amarante decretou a insolvência da Associação Empresarial de Paredes. A decisão foi tomada em meados de Março e, até ao momento, já foram reclamados por 22 credores cerca de 800 mil euros. Os prazos ainda estão a decorrer e está agendada, para o dia 3 de Maio, a reunião de assembleia de credores.

Recorde-se que, em Dezembro, a AE Paredes ainda avançou com o pedido de um Plano Especial de Revitalização, mas que não foi viabilizado pelos credores.

 

Credores não viabilizaram plano de recuperação da associação

Há muito que a Associação Empresarial de Paredes estava a lutar com dificuldades financeiras, por falta de liquidez. No final do ano passado, foi intentado um pedido para que a aprovação de um PER, pela própria AE Paredes, que foi aceite pelo tribunal. A associação que representava os empresários do concelho procurava negociar com os credores a “consolidação do passivo e um plano de pagamento [com prazos alongados] das suas obrigações”, argumentando que a instituição seria viável pela “excelente carteira de clientes”, “estrutura organizativa capaz de responder ao dinamismo comercial”, “recursos técnicos altamente especializados” e, por ter “uma imagem de prestígio e de reconhecida competência”.

Entre os credores, estavam entidades bancárias, como a Caixa Geral de Depósitos, e também cerca de 40 fornecedores, como a Iluminações Teixeira do Couto, com um crédito de quase 42 mil euros, e José Teixeira Couto (30 mil euros), AderSousa (1800 euros) e os CTT (10 euros), Autoridade Tributária e Aduaneira (2435 euros) e a Segurança Social (17237 euros), mostrava o processo a que o VERDADEIRO OLHAR teve acesso.

Mas as negociações não terão resultado, com os credores a não viabilizar o plano de recuperação. A 16 de Março, o Tribunal de Amarante, que integra a Comarca do Porto Este, decretou a insolvência da Associação Empresarial de Paredes e nomeou como administrador de insolvência Carlos Alberto Vecino Vieira.

Desde essa altura tem estado a decorrer o prazo de 30 dias para reclamação de créditos. Até ao momento, o montante ronda os 800 mil euros. 22 credores vieram já reclamar montantes em dívida, mas o valor pode subir, porque o prazo só termina no próximo dia 22 de Abril.

Entre o património que pode ser usado para liquidar estas dívidas, que foi apreendido, estão onze prédios (cinco rústicos e seis urbanos) e vários equipamentos ligados à área da formação.

A lei prevê que poderia ainda ser aprovado, nesta fase, um Plano de Insolvência, mas, ao VERDADEIRO OLHAR, o administrador do processo diz acreditar que a AE Paredes vai avançar para liquidação.

A assembleia de credores vai decorrer no próximo dia 3 de Maio.