Se nas últimas legislativas o Partido Socialista venceu em Lousada e Valongo, este ano não conseguiu segurar nenhum dos concelhos. A vitória clara da coligação entre PSD e CDS confirma uma viragem à direita neste território.

A AD venceu nos cinco concelhos, com resultados especialmente expressivos em Paredes (39,16%), Penafiel (37,62%) e Paços de Ferreira (38,63%), valores muito acima da média nacional da coligação, que foi de 32%. A única exceção foi Valongo, onde a coligação venceu com 29,25%, um resultado ainda assim suficiente para liderar, mas abaixo da sua média nacional, o que faz deste concelho uma exceção no panorama regional.

Por contraste, o PS teve resultados abaixo da média nacional (23,38%) em quase toda a região. Paredes e Paços de Ferreira foram os concelhos onde os socialistas obtiveram as suas piores votações: 20,03% e 20,55%, respetivamente. Uma derrota com peso simbólico, já que eram precisamente nestes dois concelhos que concorriam, em lugares elegíveis, os agora deputados José Carlos Barbosa (Paredes) e Humberto Brito (Paços de Ferreira). A sua presença nas listas, ao que tudo indica, não foi suficiente para mobilizar o eleitorado local.

Já o partido que mais cresceu na região foi o CHEGA, que obteve resultados históricos em todos os concelhos. Em Paços de Ferreira (24,06%) e Paredes (24,07%), foi a segunda força mais votada, à frente do PS. Em Penafiel, com 22,05%, ficou muito próximo do segundo lugar. Em Lousada (23,82%) e Valongo (24,40%), o partido liderado por André Ventura ficou em terceiro lugar, mas a escassos votos dos socialistas, o que confirma o seu crescimento contínuo na região.

O LIVRE, que elegeu a pacense Filipa Pinto como deputada, registou precisamente no seu concelho de origem um dos piores resultado da região: 2,57% em Lousada, muito abaixo da média nacional do partido, que ronda os 4,4%. A presença de uma candidata da terra não parece ter gerado um impacto eleitoral significativo.

No conjunto dos restantes partidos, a Iniciativa Liberal oscilou entre os 3,9% e os 5,9%, com melhores resultados em Valongo (5,91%). O Bloco de Esquerda, a CDU, o PAN e o ADN ficaram sempre abaixo dos 3% em todos os concelhos. Em Paredes, a CDU caiu mesmo para a nona posição, com 1,31% dos votos.

Estes resultados revelam uma reconfiguração profunda do mapa político da região, com a AD a reforçar-se como força dominante, o CHEGA a consolidar-se como alternativa em crescimento, e o PS a sofrer uma quebra significativa, mesmo onde apresentava candidatos locais com peso institucional.

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