Sónia Cristina Paiva é uma das vozes inspiradoras do branding em Portugal. Consultora de Imagem e Especialista em Marketing Pessoal e Branding Estratégico, alia a sensibilidade estética à visão estratégica e à experiência em gestão. Com um percurso académico sólido, é Pós-graduada em Contratação Pública e Licenciada em Gestão de Empresas e Administração Autárquica, Sónia Paiva distingue-se pela forma como ajuda pessoas e marcas a comunicarem autenticidade, propósito e valor.
É a responsável pela organização do 1.º Summit Internacional de Branding (SIB 2025), um evento pioneiro em Portugal que, de 6 a 8 de novembro, vai reunir na Porto Business School dezenas de especialistas nacionais e internacionais para debater o futuro das marcas, das pessoas e dos negócios.
Nesta entrevista, fala sobre o desafio de trazer para o Porto um evento de referência no Brasil, explica o conceito de “A Era do Mais” e revela porque acredita que o branding pode transformar empresas e mentalidades.
Como nasceu a ideia de trazer o Summit Internacional de Branding para Portugal e, em particular, para o Porto?
O Summit é já uma referência no Brasil, conta com duas edições, esta é a terceira. Como co-autora de dois livros de Personal Branding no Brasil, em 2024, fui convidada pela Daniela Bacelar, mentora deste projeto, para palestrar no Summit Internacional de Branding em Salvador da Bahia, como única palestrante portuguesa, foi-me lançado o desafio em palco para trazer o evento para Portugal.
Aceitei, porque em 2017, com a minha especialização em Marketing Pessoal, no Brasil, quando regressei de São Paulo, senti dificuldade de posicionar a minha marca no mercado.
Está na hora de despertar algumas empresas e empresários para esta “nova”realidade.
Escolher o Porto foi uma decisão estratégica, temos excelentes empresas e empresários no Norte e porque não “puxar” os empresários a dinamizarem cada vez mais as suas empresas e equipas de trabalho para uma ligação autêntica entre a tradição e modernidade, valores que refletem a essência do branding.
O SIB é já uma marca consolidada no Brasil. Que adaptações foram feitas para esta edição portuguesa?
Mantivemos o ADN do evento, a partilha de conhecimento, o networking e o foco em tendências globais, mas adaptamos o formato à realidade europeia. Trazemos temas atuais como: a inteligência artificial no mundo dos negócios, a literacia financeira, a linguagem não verbal, a humanização dentro das organizações, a alta performance de cargos de liderança, o storytelling e o poder de uma marca, a sustentabilidade e a internacionalização das marcas, como vender um produto, redes sociais, as cores e a imagem, … além de rubricas de Branding Talks com pessoas e empresas que lideram esta nova era, permitindo aprendizagens e colaborações futuras.
Qual é o principal objetivo deste evento e o que o torna diferente de outros congressos ou fóruns de marketing e comunicação?
Todos sabemos o quão difícil é crescer num mercado onde todos parecem dizer o mesmo.
O grande desafio das empresas é crescer de forma sustentável: aumentar a faturação, ganhar visibilidade e conquistar relevância num mercado cada vez mais competitivo.
O Summit nasce dessa dor, da necessidade de ajudar empresas e profissionais a encontrar a sua voz, reforçar o seu posicionamento e gerar novas oportunidades de negócio.
Mais do que assistir a palestras, o participante vai sair com novas ideias, novos parceiros e novas formas de gerar receita.
Aqui, cada momento é pensado para gerar contactos estratégicos, novas oportunidades de negócio e insights práticos sobre como posicionar a sua marca para crescer.
O programa conta com mais de 50 oradores de vários países. Que critérios orientaram a escolha dos participantes?
Procuramos, para além da diversidade, a relevância. Em novembro de 2024, começamos a estruturar o evento fazendo uma avaliação 360º do negócio e por inerência de uma marca pessoal, daí reunirmos profissionais de excelência de diferentes áreas de atuação que partilham uma visão contemporânea e estratégica sobre o branding. Cada orador foi escolhido pela sua especialização e capacidade de autenticidade com que constrói e comunica, seja no universo empresarial, artístico, académico ou social.
Há nomes muito conhecidos entre os convidados, desde o investidor Tim Vieira ao músico António Manuel Ribeiro. Como é que figuras tão diferentes se cruzam no mesmo evento?
O branding é transversal. Todos, independentemente da área, constroem e gerem perceções. O Tim Vieira, como marca pessoal representa o investimento, empreendedorismo e a inovação; o António Manuel Ribeiro, a identidade cultural no mundo da música. O Summit celebra precisamente essa interseção de marcas pessoais e profissionais.
Que papel tem o “branding pessoal” hoje nas empresas e nos profissionais? Ainda se confunde demasiado com imagem ou marketing?
O branding pessoal vai muito além da imagem, é sobre autenticidade e coerência. As pessoas são hoje a face das marcas que representam, e a forma como comunicam valores e propósito influencia diretamente a perceção do público. Já não se trata de autopromoção, mas de impacto e credibilidade.
Porque é que escolheu a Porto Business School como palco desta edição?
A Porto Business School é sinónimo de excelência, inovação e ligação ao mundo empresarial. O ambiente contemporâneo e a reputação académica da instituição proporcionam o cenário ideal para um evento que une estratégia, negócios, criatividade e visão global.
O lema do evento é “A Era do Mais”. O que significa exatamente esta expressão?
Vivemos num tempo em que as pessoas exigem mais propósito, mais autenticidade, mais experiência e mais humanidade das marcas. “A Era do Mais” traduz essa exigência, é um convite às marcas para irem além do produto, criando impacto real nas pessoas e na sociedade.
Os consumidores estão cada vez mais atentos, informados e exigentes, esperam que as marcas sejam não apenas relevantes, mas também socialmente conscientes, inovadoras e consistentes em todos os pontos de contacto.
O evento vai proporcionar, conteúdos estratégicos sobre como criar valor no mercado de forma sustentável e diferenciadora.
Teremos estudos de caso de pessoas e empresas que lideram esta nova era, o networking com especialistas globais, permitindo aprendizagens e colaborações futuras.
Na ‘Era do Mais’, o branding deixa de ser apenas uma questão de imagem, passa a ser uma promessa vivida todos os dias. O Summit Internacional de Branding 2025 será o palco ideal para descobrir como transformar essa promessa em realidade e o ponto de encontro para refletir e agir sobre este novo paradigma.
Que tipo de público espera encontrar nos dias 6, 7 e 8 de novembro?
Esperamos um público diverso e complementar: empresários, empreendedores, profissionais de marketing e comunicação, estudantes. O denominador comum é a vontade de aprender, partilhar e fazer parte da transformação do branding em Portugal e no mundo.
De que forma este encontro pode também ajudar a projetar Portugal como um polo de inovação e criatividade?
Portugal tem vindo a afirmar-se internacionalmente pela sua criatividade, talento e visão estratégica. O Summit será uma montra dessa capacidade um ponto de encontro entre marcas globais e talento local, que reforçará a imagem do país como um hub de inovação e pensamento contemporâneo.
Há também uma vertente de networking e negócios. Que oportunidades concretas se podem gerar para quem participa?
O Summit foi desenhado para gerar conexões reais. Teremos momentos dedicados de networking, espaços de interação entre marcas, experiências partilhadas e ativações empresariais. É uma oportunidade para criar parcerias, explorar mercados e gerar novas ideias de negócio.
Entre as dinâmicas previstas, destacam-se: Encontros rápidos, segmentados por área de interesse, para facilitar conexões entre empresários, criativos, consultores, empreendedores, etc.
Os participantes poderão dialogar com os oradores num ambiente mais informal, criando proximidade e espaço para trocas de ideias.
Momentos descontraídos com experiências gastronómicas e ativações de marca que estimulam ligações autênticas.
Estas dinâmicas são pensadas para criar um espaço de aprendizagem e colaboração, onde cada participante sai com inspiração, contactos valiosos e, potencialmente, novas parcerias.
O evento inclui a apresentação de um livro e masterclasses exclusivas. Que impacto espera que estas experiências complementares tenham nos participantes?
Estas experiências aprofundam o conhecimento e tornam o evento memorável. O livro será um legado intelectual do Summit, enquanto as masterclasses permitirão um contacto mais próximo com especialistas e casos práticos de sucesso.
Que mensagem gostaria de deixar às empresas portuguesas que ainda não olham para o branding como uma prioridade estratégica?
O branding não é um custo, é um investimento em valor, reputação e futuro. As marcas fortes são as que constroem relações duradouras com os seus públicos. Num mundo cada vez mais competitivo, quem não tem uma marca clara e coerente acaba por perder relevância.
E pessoalmente, o que representa para si liderar a organização deste primeiro Summit em Portugal?
É um enorme privilégio e uma grande responsabilidade. Liderar esta primeira edição em Portugal é dar vida a um projeto que acredita no poder das ideias e na força das marcas para transformar realidades, por poder unir pessoas e criar pontes entre países e culturas.
Empresários e empreendedores ainda não perceberam a relevância, o impacto e o conteúdo deste evento. Pretendemos com este Summit gerar um autêntico brainstorming aos participantes, face ao excelente painel de oradores e os contributos que trarão. Será, com certeza, “um antes do Summit e depois do Summit”.
Podemos esperar que o SIB Portugal se torne um evento anual?
O SIB é uma marca Brasileira registada, que pretende alargar o seu âmbito de atuação e penso que para o ano têm a projeção de levar o Summit para o Japão. Por isso é uma honra terem-me feito este desafio de trazer este evento tão diferenciado para Portugal.
Mas, quem sabe, em 2026 tudo pode acontecer!