Verdadeiro Olhar

PSD preocupado com o aumento da despesa com pessoal em Valongo

Os eleitos do PSD na Câmara de Valongo usaram a reunião de executivo para questionar os socialistas sobre os dados constantes do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses.

“O município de Valongo é um dos que tem maior volume de despesa com pessoal”, apontou Miguel Santos.

“Em 2013 quando foi eleito a primeira vez a despesa com pessoal era de 11,8 milhões e em 2020 era de 17,5 milhões. Temos um aumento de quase seis milhões de euros em sete anos. Isso vai continuar a existir na proposta que apresenta para 2022”, afirmou o vereador. A despesa “fixa” prevista é de 20,7 milhões de euros.

O rácio de funcionários passou de 5,5% para 9,8% (em 2020), dados do Anuário.

“E preparámo-nos para atingir com o mapa de pessoal um número de 1204 funcionários. Tenho tudo a favor que a câmara tenha muitos funcionários e preste melhores serviços à população, mas estamos a assumir despesas e compromissos fixos que não vão descer”, alertou, frisando que em 2020 30% da despesa da câmara era para pessoal.

O presidente da Câmara de Valongo iniciou uma guerra de números, primeiro “redondos” e depois com mais rigor. “Quando nós entramos a câmara tinha 613 funcionários. Depois passamos a ter a Educação que implicou ter mais cerca de 390 pessoas e recebemos sete milhões de euros do Ministério”, e, a par disso, o município “acabou” com os contratos de emprego inserção o que também implica mais gastos, cerca de 1,5 milhões para mais 144 pessoas, clarificou José Manuel Ribeiro.

Isto dá 1147 pessoas. “Só metemos mais cerca de 60 pessoas. Nós precisamos de meter funcionários sob pena de a câmara ficar incapaz. Há serviços com problemas gravíssimos de falta de funcionários”, afiançou o edil.

Quanto ao rácio de trabalhadores, o autarca defendeu que “até é baixo em relação às câmaras aqui à volta”. “Algumas mais pequenas do que a nossa têm um rácio muito mais elevado de 14%”, exemplificou. Avançou ainda que quando Valongo assumir as competências da Saúde e Educação vai receber mais funcionários. mas também verbas para pagar esses salários.

Em oito anos, contratar mais 60 pessoas, tendo em conta que também existiram aposentações, “é notável”, argumentou. “Em 2021, sem as escolas, temos 617 funcionários”, referiu ainda.