Verdadeiro Olhar

Nunca é absurdo ponderar as consequências das ações

“O bater das asas de uma borboleta, num extremo do globo terrestre, pode provocar uma tormenta no outro extremo no espaço de tempo de semanas”. Esta é a frase mais marcante da Teoria do Caos de Edward Lorenz, que todos conhecemos. Ainda que a imagem se refira às condições climatéricas, considerando metaforicamente o enunciado, todos aceitamos que traduz a essência da ação humana: o que fazemos hoje terá inegáveis efeitos nos acontecimentos de amanhã!

É, por isso, natural que esbocemos os projetos e os concretizemos prevendo os seus efeitos, constrangimentos e mais-valias. É assim a nível global, nacional, local, no nosso núcleo familiar e a nível pessoal.  Em Lousada não deverá diferente. E com o PSD não tem sido. A última Assembleia Municipal mostrou claramente que o Partido Social Democrata prepara o futuro. E os lousadenses têm de saber disso.

Como é do conhecimento geral, terminou o período de discussão pública sobre o plano de pormenor da Praça do Românico, que se destinava à apresentação de propostas por parte dos cidadãos. Também é público que o PSD realizou um debate para ouvir a população, do qual saíram algumas ideias e propostas, que os vereadores apresentaram em reunião de Câmara. Tudo dentro da normalidade. Até o senhor Presidente da Câmara dizer que as propostas eram absurdas e o PS ter, em Assembleia Municipal, afirmado que a discussão pública era mera formalidade.

Admito que haja aspetos acordados, nomeadamente com os proprietários dos terrenos onde será construída a Praça e que seja impossível retroceder. Admito que o processo tenha sido demorado e se tenha chegado a um acordo que não foi fácil. Mas, num projeto de tão grande envergadura, que modificará a relação dos munícipes com o espaço físico, será absurdo enumerar constrangimentos e propor outras possibilidades? Parafraseando John Kennedy, o conformismo é carcereiro da liberdade e o inimigo do crescimento.

De crescer precisam também os Bombeiros Voluntários de Lousada, cujo espaço físico exíguo lhes coloca e colocará, com mais acuidade, no futuro, constrangimentos à sua atuação. As palavras de Fausto Oliveira transmitiram a atitude do PSD Lousada face a este problema dos Bombeiros: a autarquia deve ter um papel ativo nesta questão. Por isso, o PSD mostrou-se disponível para viabilizar um empréstimo com o objetivo de adquirir um terreno para a construção de um novo quartel. Isto é ter visão de futuro.

O terreno adquirido pela autarquia, situado ao lado de Pelourinho, também motivou a intervenção do PSD, que, como é público, já mostrou reservas quando à construção do mercado municipal naquele local, embora considere que a aquisição é extremamente importante por abrir a possibilidade de conceber outros projetos para um local, situado no âmago da Vila. Neste assunto, o presidente da autarquia mostrou-se, de facto, ponderado, reconhecendo que o projeto que venha a nascer no local poderá não ser o mercado municipal e deverá ser bem pensado. É mesmo isso: pensar o futuro. O futuro não é um lugar para onde vamos, mas o lugar que estamos a criar. A frase não é minha, li-a algures, mas traduz aquela que deve ser a nossa atitude relativamente às nossas ações diárias.