“O Programa Operacional 2020 tem sido muito interessante para o Tâmega e Sousa com cerca de 2600 projectos aprovados num investimento na ordem dos 880 milhões de euros”, disse, ontem o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António Cunha, depois de um encontro de concertação com a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, em Penafiel. Desse investimento, mais de metade foi por parte de empresas, sendo o restante em projectos de investimento público e autárquico.
A reunião, que contou com a presença de vários autarcas dos 11 concelhos pretendeu preparar o futuro e os instrumentos de concretização da Estratégia NORTE 2030, assim como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e a reprogramação do Programa Operacional Regional do Norte – NORTE 2020.
Um dos desafios passa por transformar o potencial industrial da região. “Conseguir que estas empresas consigam colocar os seus produtos nos mercados internacionais com maior valor acrescentando, podendo depois pagar melhores salários. É esse o ciclo virtuoso que queremos fechar”, explicou António Cunha.
Questionado sobre o envelope financeiro que existirá no final deste quadro comunitário para projectos de overbooking, o presidente da CCDR-N assumiu que os valores deverão ser menores que em programas anteriores. “Estamos a finalizar a reprogramação, esperamos que seja aprovada em Maio. Contudo os paralelismos com outros tempos não serão fáceis, por duas razões. Houve necessidade de usar verbas dos programas regionais para situações reactivas ao quadro que vivemos, para investimentos em empresas e criação de emprego, houve alocação de verbas significativa nesse sentido. Por outro lado, até por resposta à crise que vivemos, está previsto na próxima reprogramação ser feito um aumento das taxas de comparticipação às medidas já aprovadas. Ao fazermos isso as verbas disponíveis para os projectos de overbooking serão com certeza menores”, justificou.
Gonçalo Rocha disse esperar que o próximo quadro comunitário possa “alavancar iniciativas transversais a todo o território”, por exemplo na área da mobilidade e dos transportes públicos.
Afirmou aina que se aproximam tempos exigentes, com a execução do PRR até 2026, que contempla anseios antigos do território, como o IC35, e a aposta na habitação social.
Confrontado com a possibilidade de menos verbas para projectos de overbooking, o presidente da CIM sustentou que isso significa “que houve sucesso na execução e o dinheiro ficou no território”.
Concordou ainda que muitos dos territórios desta sub-região precisam de investir em saneamento e que isso só se consegue com fundos comunitários.