As obras do futuro Museu do Mobiliário de Paredes, no Mosteiro de Vilela, “decorrem a bom ritmo” e esta estrutura “será uma referência, não só nacional, mas também internacional e que vai potenciar o desenvolvimento do Turismo Industrial” no município.
A afirmação foi do presidente da Câmara Municipal, no dia em que visitou o decorrer dos trabalhos, acompanhado pela Primeira-Secretária da Área Metropolitana do Porto, Ariana Pinho.
O espaço está em construção, sendo que a primeira fase do projeto, referente à empreitada de transformação e reabilitação do edifício, deve estar concluída em setembro. Segue-se a segunda fase correspondente à museologia.
O investimento totaliza cerca de 3 milhões de euros, com financiamento de 2 milhões euros comparticipados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Alexandre Almeida fez questão de sublinhar que “as obras de transformação e adaptação do edifício, decorrem a bom ritmo e “a intervenção mantém a traça do Mosteiro de Vilela, não alterando as características exteriores e interiores do edifício classificado”.
Recorde-se que o Mosteiro de Vilela, cujas origens remontam ao século X, é um imóvel conventual classificado de interesse público (em 2013) e propriedade do Município de Paredes.
“Já fazia sentido ter este património requalificado e valorizado, um dos edifícios mais bonitos de Paredes, dedicado a acolher um museu para celebrar a memória e a história da principal indústria do concelho – a arte ancestral da talha, da madeira e do mobiliário – e, que naturalmente, irá estar à disposição das pessoas locais e de quem nos visita”, frisou.
O Museu do Mobiliário de Paredes terá uma sala de exposição permanente, salas para exposições temporárias, um espaço para demonstrações ao vivo de técnicas de transformação da madeira, designadamente a arte da talha, uma área para uma incubadora de design e áreas de apoio com bar. O espólio do museu está constituído por peças doadas que estão a ser alvo de estudo e classificação.
Projeto é da autoria de Rui Dinis e Henrique Marques, do gabinete Spaceworkers
O projeto do Museu da Madeira é da autoria de Rui Dinis e Henrique Marques, arquitetos de Paredes, do gabinete Spaceworkers, que, na altura da assinatura do auto de consignação, em junho de 2023, revelaram ao Verdadeiro Olhar que a ideia de requalificação do espaço “foi desafiante”, uma vez que “intervir em património é sempre complicado”, porque está “sujeito a uma série de pareceres externos, de várias entidades”.
Ainda assim, e segundo Henrique Marques, a ideia desta criação passou, na sua gênese, por “devolver” o imóvel “à freguesia e à cidade”, e foi sempre esse pensamento que norteou os traços desta dulpa que “readaptou o mosteiro”, imprimindo-lhe “conforto”.
Também Rui Dinis destacou que esta intervenção “não se vai sobrepor ao que já existia”. Aliás, houve o cuidado de “limpar algumas adições que existiam e que foram feitas ao longo dos anos”, o que fez com que fosse quase “um trabalho de curadoria”, ou seja, “limpar o edifício e adequá-lo” ao espaço que a autarquia queria criar.