Mudar a forma como comemos é também mudar a forma como vivemos

Hoje, celebra-se o Dia Mundial da Alimentação, uma data que, todos os anos, nos convida a parar por um instante e refletir sobre o que realmente significa “alimentar-nos bem”.

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Hoje, celebra-se o Dia Mundial da Alimentação, uma data que, todos os anos, nos convida a parar por um instante e refletir sobre o que realmente significa “alimentar-nos bem”.

Em 2025, o tema escolhido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) é “De mãos dadas por alimentos melhores e um futuro melhor”. Uma frase simples, mas poderosa: lembra-nos que comer não é apenas um ato individual, é também um gesto coletivo, com impacto na nossa saúde, na economia local e no planeta.

Vivemos tempos de paradoxos alimentares. Nunca tivemos tanto acesso a comida… e, ainda assim, tantas pessoas continuam sem acesso a alimentos de qualidade. Em Portugal, cerca de 13% das famílias enfrentam algum grau de insegurança alimentar. Ao mesmo tempo, desperdiçamos mais de um milhão de toneladas de alimentos por ano. Sabia que o desperdício alimentar em Portugal representa cerca de 183kg por pessoa por ano? Ou que a Dieta Mediterrânica, reconhecida como Património Imaterial da Humanidade, é uma das mais sustentáveis do mundo?

Entre o excesso e a escassez, a pergunta impõe-se: como podemos todos fazer parte da mudança?

O primeiro passo começa no prato e nas nossas escolhas diárias. Optar por alimentos locais e sazonais, dar preferência a produtos frescos e minimamente processados, planear as refeições e reaproveitar sobras são gestos simples, mas com enorme impacto.

Os produtores agrícolas podem apostar em práticas mais sustentáveis, as escolas podem educar para comer com consciência e nós, consumidores, podemos exigir e apoiar políticas que tornem a alimentação saudável mais acessível.

Num mundo que corre, comer bem tornou-se um ato de resistência. Mas também de esperança. Se cada um fizer a sua parte, se dermos as mãos, como nos desafia o lema deste ano, podemos garantir algo que deveria ser básico: o direito universal a uma alimentação saudável, justa e digna.

Como nutricionista, acredito que mudar a forma como comemos é também mudar a forma como vivemos. E essa mudança começa connosco.

*Nutricionista

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