O Tribunal de Penafiel condenou hoje a penas de prisão sete dos nove suspeitos de envolvimento num esquema de tráfico de droga, na cadeia de Paços de Ferreira. O esquema funcionou entre 2014 e 2019 sob a liderança de José Silva, conhecido por “Cabeças”, avança o Jornal de Notícias.
O coletivo puniu-os como reincidentes e condenou “Cabeças” a 11 anos de prisão pelo crime de tráfico agravado. Pelo mesmo crime, seis arguidos foram ainda condenados a penas entre os oito anos e oito meses e os dez anos. Dois deles, foram condenados em cúmulo jurídico a nove anos e 10 meses de prisão, uma vez que cometeram também o crime de extorsão a um recluso, específica ainda o JN.
Pena mais leve, de seis anos e oito meses, foi aplicada a um outro arguido, pelo crime de tráfico de droga de forma isolada e não em coautoria com os restantes arguidos condenados.
Recorde-se que, a investigação destes crimes culminou em 2019 através da ‘Operação Entre-Grades’, tal como o VERDADEIRO OLHAR noticiou, na qual foram já julgados e condenados vários guardas prisionais e reclusos, por liderarem uma rede ilegal que introduzia droga e telemóveis no interior da cadeia, diz ainda o JN, acrescentando que agora, mais nove arguidos, quatro reclusos, quatro ex-reclusos e a mãe de um deles, se sentaram no banco dos réus, por suspeitas de crimes da mesma natureza.
Na altura, e no âmbito desta investigação, foram realizadas 52 buscas em estabelecimentos prisionais, domicílios e espaços comerciais e foram cumpridos seis mandados de detenção.
Hoje, o Tribunal considerou como provado que “Cabeças” era o líder da rede que vendia droga aos reclusos do Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira. Os estupefacientes eram recebidos na cadeia com a conivência de vários guardas prisionais, entre os quais Manuel Borges, chefe da Guarda Prisional na cadeia de Paços de Ferreira, condenado a 10 anos de prisão no âmbito do outro processo, conclui o diário.