
O chá é a segunda bebida mais consumida no mundo, logo a seguir à água. Mas está longe de ser apenas um ritual reconfortante ao fim do dia: é uma bebida com raízes profundas em culturas, economias e tradições de saúde um pouco por todo o mundo. Foi precisamente para reconhecer essa importância global que as Nações Unidas instituíram o Dia Internacional do Chá, celebrado a 21 de maio.
A história do chá começa na China, há mais de quatro mil anos. Daí, espalhou-se para o Japão, Índia, Médio Oriente e, mais tarde, para a Europa e América. Mais do que uma bebida, o chá esteve no centro de trocas comerciais, cerimónias espirituais e até episódios políticos marcantes – como a célebre “Festa do Chá de Boston”, nos Estados Unidos.
Mas afinal, do que falamos quando falamos de chá?
Em termos nutricionais, chá refere-se às infusões feitas a partir da planta Camellia sinensis, da qual resultam o chá verde, preto, branco, oolong ou vermelho. O que os distingue é o grau de oxidação e processamento, que influencia tanto o sabor como o perfil de compostos bioativos.
É importante distinguir o chá verdadeiro de outras infusões populares, como camomila, hortelã ou cidreira. Estas últimas não são feitas a partir da Camellia sinensis, não contêm cafeína e têm propriedades diferentes. São infusões, sim, mas tecnicamente não são chá.
E há boas notícias para quem aprecia uma chávena: os estudos científicos têm mostrado que o consumo regular de chá – especialmente chá verde – pode trazer benefícios reais para a saúde. Compostos como as catequinas, a cafeína e a L-teanina têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, podendo proteger as células do envelhecimento e reduzir o risco de doenças crónicas. A L-teanina, em particular, é conhecida pelo seu efeito relaxante, contribuindo para o foco e a concentração.
No contexto da perda de peso, o chá verde tem demonstrado um efeito ligeiro no aumento do metabolismo e na queima de gordura. No entanto, os resultados são modestos e só fazem sentido quando aliados a uma alimentação equilibrada e a um estilo de vida ativo.
Naturalmente, nem tudo são virtudes. Por conter cafeína, o consumo de chá deve ser moderado, sobretudo em pessoas sensíveis ou com dificuldades em dormir. E atenção: quando ingerido junto das refeições, pode inibir a absorção de ferro, o que pode ser relevante em casos de anemia.
Para tirar o melhor partido desta bebida milenar, prefira sempre versões naturais, sem adição de açúcar. Experimente também combiná-la com especiarias como gengibre ou canela, ou adicionar limão e hortelã, seja em chá quente ou frio.
No fim de contas, seja para começar o dia com energia ou terminar em modo relax, o chá pode ser um gesto simples, mas cheio de significado e com impacto positivo na saúde.