Verdadeiro Olhar

Emigrante assassinado na Venezuela

Um homem natural de Gandra, Paredes, e que viveu vários anos em Sobrado, Valongo, foi assassinado na Venezuela, país onde estava emigrado há mais de três décadas. Elias Alberto Silva Coelho, com 67 anos celebrados no passado dia 2, foi vítima de um assalto quando ia buscar peixe a uma localidade situada a cerca de 50 quilómetros de Caracas.

A família, radicada em Sobrado, sabe poucos pormenores da tragédia, mas garante que o assassinato aconteceu numa altura em que o empresário se preparava para regressar a Portugal. “Já nos tinha dito que estava a vender algumas empresas, porque a sua intenção era passar meio ano cá e outro lá. Tinha medo da insegurança da Venezuela e também do clima económico que lá se verifica”, referiu o genro Carlos Mota.

 

Morto quando se preparava para regressar

 

Elias Coelho nasceu, há 67 anos, em Gandra mas sempre teve uma ligação especial a Sobrado. Foi, aliás, nesta terra que conheceu a esposa e na qual viveu antes de emigrar. A partida para a Venezuela aconteceu há 37 anos, numa altura em que vários compatriotas também procuraram um futuro melhor além-fronteiras.

Segundo os familiares, Elias Coelho assentou arraiais em Caracas e foi aí que, juntamente com dois sócios, montou uma carpintaria. O negócio correu bem e o emigrante acabou por investir noutras áreas ligadas à construção civil.

Apesar de bem-sucedido na Venezuela, Elias Coelho nunca esqueceu o país de origem e regressava frequentemente à terra natal. “Vinha todos os anos a Portugal. Nos últimos anos, passava três meses por ano cá. No São João estava sempre em Sobrado”, lembra Carlos Mota.

O mesmo familiar conta que o empresário já tinha sido alvo de dois assaltos na Venezuela. “Num deles até ficou ferido, mas nunca pensou que morresse nestas circunstâncias”, acrescenta.

Porém, no último sábado, Elias Coelho foi, como noutras ocasiões, buscar peixe a uma localidade distante de Caracas. E, pelo caminho, acabou por ser vítima de uma emboscada que se revelou fatal. O emigrante foi baleado e não resistiu aos ferimentos. “Não sabemos muitos pormenores e só temos conhecimento que lhe levaram a carrinha. As autoridades estão a investigar”, frisa Carlos Mota. “Pensamos que este caso é fruto da violência do país”, acrescenta.

A família de Elias Coelho revela que, fruto da intensa criminalidade e da instabilidade económica reinante na Venezuela, este já estava a preparar-se para voltar a Portugal. “Ele já nos tinha dito que estava a vender algumas empresas, porque a sua intenção era passar meio ano cá e outro lá”, assegura o genro.

O corpo de Elias Coelho continua retido pelas autoridades venezuelanas e a família não sabe ainda quando será possível fazer a trasladação para Portugal.