Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

José Carlos Barbosa, deputado de Paredes à Assembleia da República, defendeu ontem, junto do Governo, a necessidade de colocar uma segunda viatura médica de emergência e reanimação (VMER) a servir a região do Tâmega e Sousa, nomeadamente com a existência desta segunda equipa no Hospital de São Gonçalo, em Amarante.

O socialista, lembrou a Ministra da Saúde que a actual VMER – a VMER do Vale do Sousa, sediada no Hospital Padre Américo, em Penafiel – actua em 12 concelhos, numa área de cerca de dois mil quilómetros quadrados e serve cerca de 500 mil pessoas.

O paredense realçou, como já tinha feito em resposta ao Verdadeiro Olhar, que “a média de utilização da VMER do Vale de Sousa é superior à nacional”. “Em Portugal temos, em média, uma VMER para cada 230 mil pessoas, estando o Vale de Sousa longe da média nacional”, salientou.

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Ao estar em Penafiel, a actual VMER está “na periferia da sua área de actuação, aumentando o tempo de resposta para alguns concelhos, devido à elevada distância a percorrer”. 

Numa região em que “existe das maiores taxas de incidência de AVC’s e enfartes ao nível nacional e em que a população infantil, entre os 0 e os 14 anos, é acima da média nacional”, é preciso um reforço de meios diferenciados, advogou o deputado.

“Consideramos necessário alocar mais uma VMER para melhorar a operação de emergência no nosso território. A existência de uma segunda VMER criaria redundância com a operação da actual, melhorando a rapidez de socorro de doentes em estado crítico”, avisou.

José Carlos Barbosa terminou a intervenção com uma pergunta à Ministra: “Estando a nossa região dotada de apenas uma VMER, encontra-se o Governo a considerar uma nova VMER no Tâmega e Sousa, mais concretamente no hospital de Amarante, para nos aproximar da média nacional?”.

A resposta, vaga, veio pela voz do secretário de Estado Lacerda Sales, durante a sessão plenária. O governante lembrou o despacho que prevê a atribuição de uma VMER a cada serviço de urgência polivalente ou médico-cirúrgica que actue no âmbito do sistema integrado de emergência médica.

“O 23.º Governo inscreveu no seu programa que num contexto de necessidades crescentes de saúde irá rever redes de referenciação hospitalar, planeando a sua resposta em termos de volumes de serviço, de recursos humanos, de infra-estruturas, bem também como também rever o próprio modelo de organização e funcionamento dos serviços de urgência”, referiu. “As eventuais alterações que venham a ser feitas nos meios de emergência hospitalar terão obviamente de ser remetidas para aquilo que é a própria revisão das redes de referenciação, uma vez que as VMER funcionam num modelo integrado nos serviços de urgência”, acrescentou.

Recorde-se que o próprio INEM admite que a VMER do Vale do Sousa serve uma população acima da média nacional.