O PSD de Paços de Ferreira votou contra o Relatório e Contas de 2024 sustentando a sua posição numa avaliação, não feita ao último ano, mas a um ciclo de quatro e 12 anos, onde a maioria socialista “não tem levado a cabo uma política de desenvolvimento”, sendo que esta “inércia tem estagnado” o município .

Em declarações ao VERDADEIRO OLHAR, o líder do maior partido da oposição de Paços de Ferreira, Alexandre Costa, lamenta que “a obra realizada não corresponda às contas apresentadas”, elencando que a edilidade não executou obras ou infraestruturas “a pensar no futuro, limitando-se a executar eventos de “dois ou três dias”.

“Faltou a Paços de Ferreira dar o salto”, frisou o social democrata que deu como exemplo municípios como “Paredes, Penafiel, Amarante ou Vizela, onde os executivos têm criado projetos que têm catapultado as economias locais”.

As contas foram apresentadas na última Assembleia Municipal e foram esmiuçadas pelo vereador Joaquim Sousa que deu conta que a taxa de execução orçamental da despesa e da receita andou nos 90%, sendo que Paços de Ferreira tem uma capacidade de endividamento de 18 milhões de euros para o próximo ano, estando a pagar aos fornecedores “em quatro dias”. A dívida total do município em 2024 era de 53.5 milhões de euros.

No que diz respeito à receita corrente houve um aumento na ordem dos 9%, face a 2023, e que resultou de impostos diretos que cresceram 510 mil euros, assim como das “transferências do Estado” que ultrapassaram os 12 milhões.

Autarquia tem reforçado as verbas que transfere para as Juntas de Freguesia – Joaquim Sousa

Joaquim Sousa não deixou de enfatizar as transferências que o município fez para as Juntas de Freguesias, de 350 mil euros, que serviram para realizar “obras que considerassem necessárias” e que foram realizadas em 2023 e 2024. Para além deste montante, foram encaminhados ainda mais 480 mil euros no âmbito da delegação de competências, sendo que para este ano, 2025, o montante foi reforçado, ultrapassando os “700 mil euros”.

Vereador Joaquim Sousa

Ainda no âmbito da delegação de competências, a autarquia de Paços de Ferreira recebeu do Estado cerca de 8 milhões de euros para Educação, 600 mil para a saúde e mais de 470 mil para a ação social.

Já pela despesa, a execução rondou os “90%”, tendo aumentado em 7% a despesa corrente, o que se deve, sobretudo, a gastos com pessoal e investimento realizado, sendo que a primeira verba foi de 14.5 milhões em 2023 e 16.5 milhões em 2024, representando 31% do orçamento.

Pelo ítem do investimento o vereador sublinhou “o aumento de 120%”, 9 milhões de euros, tendo passado de 7.3 milhões em 2023 para 16.2 milhões em 2024 e que representa 30% do orçamento municipal.

Alexandre Costa (PSD)

Alexandre Costa, que diz não colocar a veracidade dos números em causa, lamenta, no entanto, que a “obra executada não corresponda às contas apresentadas” para além de que a dívida diminuiu pouco. Pelas Juntas de Freguesia, o social democrata denuncia que “recebem menos, do ponto de vista percentual”, frisando ainda que estas contas “não beneficiam a coesão territorial”.

“Não entendo como se descerram placas de obras que nem sequer começaram. Esta é uma inovação em Paços de Ferreira” -. Alexandre Costa

A terminar, o líder do PSD disse ainda ao VERDADEIRO OLHAR não entender como se “descerram placas de obras que nem sequer começaram”, considerando que esta é “uma inovação em Paços de Ferreira”. Estes são então alguns dos argumentos que levaram o PSD a votar contra as contas uma vez que estes anos de governação socialista têm sido marcados “por promessas não cumpridas”, para além de uma ausência de visão para o desenvolvimento futuro do concelho.

Projetos estruturantes como a Casa das Artes de Freamunde, a Academia Profissional, o Interface Urbano, novas zonas empresariais e equipamentos desportivos especializados não saem do papel e figuram apenas em planos e orçamentos, atiram os sociais democratas, elencando que “o voto contra do PSD é um voto de exigência” no “rigor e de compromisso com os cidadãos e de uma gestão orientada para o verdadeiro desenvolvimento de Paços de Ferreira”. Por isso, esta postura de voto pretende ser “um cartão vermelho” ou até mesmo uma “expulsão”, porque prometeram muito, mas “pouco ou nada foi concretizado”.

Deixe o seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here