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“É preciso deixar de falar de diagnósticos e começar a apresentar soluções concretas” no que diz respeito à Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM). As palavras são de Pedro Machado, que preside esta estrutura que inclui os municípios de Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel e Resende.

O também autarca de Lousada considera que “há razões para nos lamentarmos, mas também para termos orgulho no coletivo”, porque, por exemplo, na década de 90, a região tinha as taxas mais elevadas de abandono escolar (até ao ensino secundário), sobretudo nos municípios de Lousada, Paços de Ferreira e Baião, mas, depois de “um “trabalho hercúleo, conseguimos ultrapassar essa e outras debilidades”. As afirmações do presidente da CIM surgiram esta terça-feira, no encerramento das Jornadas Parlamentares do PS, que aconteceram no Tâmega e Sousa, e que visaram enfatizar o crescimento e a coesão territorial da região, um encontro que serviu ainda para os socialistas prepararem o debate orçamental.

Pedro Machado diz que urge repensar a organização administrativa do território

Na discussão, subordinada ao tema “Economia, Infraestruturas e Desenvolvimento do Território”, Pedro Machado destacou que os municípios do Tâmega e Sousa têm diversos problemas “para os quais não contribuímos”, estabelecendo, desde logo, “a configuração da comunidade” como um deles. “Temos municípios de quatro distritos diferentes” que, e consoante os problemas, têm que os reportar “a mais do que um distrito”. Ora, isto traduz-se “numa confusão e uma trapalhada em termos de organização administrativa”. O também autarca vai mais longe e questiona a utilidade destas zonas, defendendo que urge “repensar a organização administrativa do território”.

É porque lidera a CIM da região, confessou ainda esta é uma gestão “muito difícil”, elencando as “assimetrias dentro da própria comunidade”, já que há municípios com uma forte vocação industrial, outros onde esta componente quase não existe. Tudo somado, transforma a liderança dos municípios e da CIM num “desafio”.

CIM defende a aposta do Governo na criação de ensino superior na região

Para além destas questões, o edil sublinhou a necessidade de apostar na formação ao nível do ensino superior, porque “estamos próximo da Área Metropolitana do Porto (AMP), o que tem vantagens e inconvenientes”. E deu como exemplo o facto de ter um filho a estudar na Universidade do Minho, mais concretamente em Braga. “É muito longe para ele ir e vir todos os dias e muito perto para ficar lá alojado”, sendo que, neste caso, a despesa com o alojamento não é elegível para efeitos de educação (IRS). Ou seja, “é muito perto para uma coisa, mas longe para outra”.

O também edil sustentou ainda que a atenção ao ensino superior deve ser redobrada e insiste na necessidade de ser criado na região, elencando a necessidade ainda de centros tecnológicos. Refira-se que Lousada vai ter estruturas com este fim, mas estes processos “têm sido um tormento”, porque “o instrumento financeiro que existe é o Norte 20/20, com investimentos máximos elegíveis que não se adequam às necessidades de construir de raiz”. Por isso, “enquanto o Orçamento do Estado não der importância à política de inovação não vamos sair desta situação”.

Continuam a existir “carências que estão a tolher o nosso território

A terminar, Pedro Machado, que dividiu o painel com Luís Almeida, engenheiro e presidente da Associação Vale D’Ouro, Elisa Ferreira, antiga Comissária Europeia para a Coesão e Reformas, e Mário Rui Silva, investigador e consultor nos domínios da inovação, competitividade, empreendedorismo e desenvolvimento regional, não deixou de falar nas acessibilidades, lamentando que existam um conjunto de obras estruturantes para a região, como é o caso do IC35, que não tenham avançado, o que “retira competitividade à região”. Assim, continuam a existir “carências que estão a tolher o nosso território”, sendo certo que “estamos a melhorar, mas é preciso acelerar”, caso contrário, a região do Tâmega e Sousa vai levar décadas a atingir os valores nacionais”.

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