Verdadeiro Olhar

Câmara de Paredes deu parecer prévio desfavorável à exploração mineira no concelho

Foto: Parque das Serras do Porto

Depois de ter vindo a público que a empresa Beralt Tin and Wolfram (Portugal), S. A. requereu a celebração de um contrato administrativo para atribuição directa de concessão denominada “Banjas” nos concelhos de Gondomar, Paredes e Penafiel para explorar depósitos minerais de ouro, prata, cobre, chumbo, zinco, estanho, tungsténio e minerais associados num terreno de mais de 1185 hectares que atravessa os três concelhos, a Câmara de Paredes confirma que emitiu um parecer prévio desfavorável à referida exploração.

O município sustenta ainda que “ainda não teve acesso à Avaliação do Impacto Ambiental que um projeto como este obriga” e que irá articular a sua posição quanto a este tema “com os municípios com que está associada no Parque das Serras do Porto”, nomeadamente Gondomar e Valongo.

“Em Novembro de 2020 a Direcção-Geral de Energia e Geologia pediu um parecer prévio à Câmara Municipal de Paredes sobre um plano de prospecção numa área inferior à que está agora em causa, na ordem dos 42 hectares, sita na freguesia da Sobreira onde já há um poço Romano e onde, no passado, já foram feitas prospecções”, responde a autarquia ao Verdadeiro Olhar.

O município emitiu “um parecer prévio desfavorável”. A autarquia argumenta que a “prospecção seria realizada num território com um importante património Romano e vestígios arqueológicos de extrema relevância”, sendo que a área em causa “fica em pleno Parque das Serras do Porto, pelo que a Serra das Banjas tem como objectivo o seu aproveitamento em termos ambientais e não industriais”.

Por outro lado, a Câmara de Paredes lembra que há um projecto aprovado pelas Serras do Porto que tem vários trilhos pedestres a passarem nesse território e que o ICNF chamou a atenção “para a defesa das colónias de morcegos existentes nos poços dessas minas romanas”.

“Nessa área existe importante património biológico e com é o caso do mato seco”, salientam ainda na resposta enviada.

A par disso, segundo a autarquia, não foi dada à Câmara informação relevante como “a
questão da construção da ETAR para tratamento de águas a extrair das minas, ou, por exemplo, qual o plano de gestão de resíduos da exploração”.