O VERDADEIRO OLHAR está a entrevistar os cabeças de lista dos partidos ou coligações com representação nos executivos municipais da região. Em Paços de Ferreira, publicamos a entrevista a Paulo Ferreira, candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal. Atual vereador, tem a missão de suceder a Humberto Brito, que está impedido de se recandidatar por limite de mandatos, e de manter a autarquia nas mãos do PS.
O candidato socialista destaca como bandeiras as conquistas sociais alcançadas pelo município nos últimos anos, lembrando que Paços de Ferreira foi o primeiro concelho do país a garantir refeições escolares gratuitas para todos os alunos, medida à qual o PSD se opôs e que, segundo afirma, “poderá estar em causa” em caso de vitória dos sociais-democratas. Sublinha ainda que Paços de Ferreira é o único concelho do país com creches e berçários em todas as freguesias, outro projeto que, diz, também teve o voto contra do PSD.
Questionado sobre a candidatura independente do ex-vereador socialista Paulo Sérgio Barbosa, Paulo Ferreira considera tratar-se de “um projeto pessoal e apenas pessoal”.
Sobre as críticas do PSD relativas à concessão da água e saneamento, que o PS prometeu resgatar há 12 anos mas acabou por prolongar por mais 15, o candidato responde que os sociais-democratas “deviam ter pudor ao falar desse e de outros assuntos”. Recorda que, quando o PS chegou à Câmara, encontrou “um pedido de reequilíbrio financeiro da concessionária de mais de 100 milhões de euros, 50 milhões em dívidas por pagar e uma empresa municipal falida, com outros 50 milhões em dívidas”.
Face a esse cenário, explica, a autarquia optou por renegociar o contrato, garantindo uma descida significativa nas tarifas: “É verdade que não resgatámos a água, mas passámos de ter a água mais cara do país para a mais barata da região.” Desmente ainda que o preço vá subir 11% em 2027, assegurando que, mesmo que tal acontecesse, representaria “um aumento máximo de cerca de dois euros por fatura”.
Paulo Ferreira acusa ainda Alexandre Costa de ser “um autarca sem coração” por criticar programas municipais que proporcionam viagens a idosos e jovens do concelho. “O betão é muito importante, mas nada substitui proporcionar momentos de felicidade às pessoas. E estas seriam algumas das atividades que acabariam se o PSD vencesse”, afirma, acrescentando: “Se alguém se propõe a ser presidente da Câmara apenas para contratar empresas de construção e fazer betão, eu para isso não estou disponível.”