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O retrato financeiro dos municípios da região mostra realidades distintas. Penafiel surge entre os mais equilibrados do país, com uma gestão que consome apenas 76% das receitas em despesas fixas e amortizações, revelando folga orçamental e controlo financeiro. Já Paredes, Valongo e Paços de Ferreira continuam entre os concelhos com maiores dívidas a pagar e com aumentos expressivos no valor do passivo exigível em 2024.

Penafiel entre os municípios portugueses com maior equilíbrio orçamental

O concelho de Penafiel está entre os municípios portugueses com maior equilíbrio orçamental em 2024, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2024, divulgado pela Ordem dos Contabilistas Certificados.

De acordo com o relatório, Penafiel ocupa o 13.º lugar nacional, com um rácio de 76% entre a despesa corrente (incluindo amortizações médias) e a receita corrente bruta.

Em termos simples, isto significa que por cada euro que entra nos cofres do município, 76 cêntimos são usados para pagar as despesas do dia-a-dia e as prestações dos empréstimos, sobrando cerca de um quarto da receita para investir, poupar ou enfrentar imprevistos.

O rácio mostra quanto do dinheiro que a autarquia recebe anualmente é consumido pelas despesas fixas, salários, contratos de serviços, energia, limpeza, transportes, manutenção e prestações de empréstimos bancários. Um valor abaixo dos 80% é considerado positivo, porque indica que o município não gasta toda a receita em funcionamento e mantém margem para investir e planear o futuro. Quando o rácio ultrapassa 100%, significa que a câmara gasta mais do que recebe, o que é sinal de pressão orçamental.

No caso de Penafiel, os 76% revelam uma boa gestão financeira, com despesas controladas e capacidade de gerar folga para investimento público.

Paredes, Valongo e Paços de Ferreira entre os municípios com mais dívidas a pagar em 2024

Os municípios de Paredes, Valongo e Paços de Ferreira estão entre os que mais dinheiro deviam no final de 2024, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2024.

O relatório coloca Paredes em 13.º lugar nacional, com 65 508 772 euros em dívidas a pagar, Valongo em 24.º, com 43 762 751 euros, e Paços de Ferreira logo a seguir, em 25.º, com 42 751 438 euros.

O passivo exigível representa o total das dívidas que o município tem a terceiros e que são exigíveis a pagamento, empréstimos bancários de médio e longo prazo, faturas de fornecedores e empreiteiros, pagamentos a curto prazo por serviços já realizados e outros compromissos financeiros assumidos.

Em termos simples, é o valor total das “contas por pagar” da autarquia, o retrato do que ainda deve a bancos, empresas e entidades públicas.

Em Paredes, o valor de 65,5 milhões de euros coloca o concelho entre os 15 municípios com maior passivo do país.

Já Valongo, com 43,7 milhões, e Paços de Ferreira, com 42,7 milhões, apresentam valores semelhantes, ambos dentro dos limites legais de endividamento.

Valongo e Paços de Ferreira entre os que mais aumentaram o valor da dívida em 2024

Os concelhos de Valongo e Paços de Ferreira estão também entre os municípios que mais aumentaram o montante de dívidas a pagar em 2024.

De acordo com o documento, Valongo surge em 11.º lugar nacional, com um acréscimo de 7 169 269 euros face a 2023, enquanto Paços de Ferreira aparece em 35.º, com um aumento de 2 158 179 euros.

O Passivo Exigível representa o total das dívidas que as câmaras têm a pagar a bancos, fornecedores, empreiteiros e outras entidades, ou seja, obrigações financeiras exigíveis a curto ou médio prazo. Inclui empréstimos bancários, faturas de obras e serviços e outros compromissos assumidos no exercício da atividade municipal, sendo o retrato das “contas por pagar” do município.

Paredes demora 38 dias a pagar a fornecedores

O município de Paredes é ainda um dos que mais tempo demora a pagar faturas no país, mas tem vindo a melhorar de forma muito significativa ao longo da última década.

De acordo com o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2024, Paredes ocupa o 46.º lugar nacional no Prazo Médio de Pagamentos (PMP), com 38 dias.

Isto significa que, em média, a autarquia demora mais de um mês a liquidar as faturas a fornecedores, empreiteiros e prestadores de serviços.

Embora este valor ainda coloque o concelho entre os que mais tempo demoram a pagar, o relatório destaca uma redução expressiva nos últimos anos.

Em 2023, a câmara demorava 63 dias, menos 25 dias num só ano. E, comparando com 2014, a evolução é ainda mais clara: há dez anos, o prazo médio era de 162 dias, ou seja, mais de cinco meses para pagar uma fatura.

Desde então, o tempo de pagamento reduziu 124 dias, o que representa uma melhoria de mais de 75%.

O Prazo Médio de Pagamentos mede o tempo médio que as câmaras demoram a pagar aos seus fornecedores e serve como barómetro da liquidez e da gestão financeira municipal.

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