Matilde Mercês e Rodrigo Rocha são alunos do 10.º ano, na Escola Secundária de Paredes, e viajaram até à Bélgica para lançarem uma “experiência científica” dentro de um balão estratosférico, numa iniciativa inserida no projeto europeu ASGARD 2025 – Balloons for Science.
O projeto destes dois jovens cientistas teve como base estudar “a influência da pressão atmosférica na eficácia de um fármaco utilizado no tratamento do osteossarcoma”, um tumor ósseo maligno que afeta, sobretudo, crianças e adolescentes.
O trabalho foi desenvolvido com o objetivo de “compreender se as variações de pressão em altitude podem influenciar a libertação e eficácia de medicamentos — uma linha de investigação com potencial impacto na medicina do futuro”.
O projeto contou com a colaboração científica do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, e teve também o apoio técnico do CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento, instituições de referência nacional nas áreas da saúde e engenharia.
A bordo do balão estratosférico, que atingiu altitudes próximas da fronteira do espaço, seguiram amostras preparadas pelos estudantes, que serão agora analisadas com recurso a espectrofotometria na Universidade do Porto. O objetivo é comparar os resultados obtidos em voo com os testes realizados ao nível do solo.
Projeto envolveu várias escolas europeias que apresentaram experiências científicas em áreas da biomedicina, eletrónica, telecomunicações, ciência dos materiais, física e engenharia aeroespacial
O ASGARD 2025 é um projeto internacional, promovido pelo ESERO Bélgica, que envolveu várias escolas de diferentes países europeus, com experiências científicas nas áreas da biomedicina, eletrónica, telecomunicações, ciência dos materiais, física e engenharia aeroespacial. Esta diversidade fez do evento uma oportunidade única para partilha de conhecimento, cooperação internacional e contacto com desafios científicos reais.

Para os alunos de Paredes, além do desafio científico, “esta foi uma experiência marcante de aprendizagem internacional, partilha cultural e crescimento pessoal”, sendo que “a participação neste projeto permitiu-nos desenvolver novas competências, conhecer outras perspetivas e reforçar a nossa motivação para seguir carreiras científicas”, referem Matilde e Rodrigo.
Segundo a Escola Secundária de Parades, “este feito demonstra o talento e o espírito inovador dos jovens paredenses e coloca, uma vez mais, o concelho no mapa europeu da ciência escolar de excelência”.