O abandono e a retenção escolares registaram uma redução significativa no último ano letivo no Tâmega e Sousa. De acordo com os dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), relativos ao ano de 2023/2024, esta área apresenta números abaixo da média na região Norte e nacional, tanto no ensino básico como no secundário.
Segundo a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM) este avanço, para além de outras variáveis, reflete também “o impacto da implementação do Programa Intermunicipal de Promoção do Sucesso Escolar (PIPSE), uma estratégia inovadora que envolve equipas multidisciplinares e um conjunto diversificado de projetos educativos com impacto direto na vida dos alunos e alunas da região”.
No que diz respeito ao ensino básico, a sub-região do Tâmega e Sousa apresenta uma das mais baixas taxas de retenção e desistência de toda a Região Norte, com 1,4%, igualando o desempenho do Alto Minho, e posicionando-se significativamente abaixo da média regional (2,0%) e nacional (3,8%).
Já no secundário, a região situa-se nos 4,4%, o que é inferior à média da região Norte, que é de 6,2%, e muito abaixo da média nacional, fixada em 9,5%.
Estes resultados representam “uma descida expressiva face ao período pré-pandemia, com destaque para a redução de mais de 50% na taxa do ensino secundário (de 9,4% em 2018/2019 para 4,4% em 2023/2024)”, sublinha em CIM, em nota de imprensa.
Refira-se que o PIPSE é desenvolvido em articulação com todos os municípios da região, que envolvem Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel e Resende, e assenta numa estratégia integrada que inclui equipas multidisciplinares em cada município, compostas por psicólogos, terapeutas da fala, assistentes sociais, educadores sociais e outros técnicos. Estes grupos realizam rastreios, acompanhamento individualizado e intervenção em grupo, desde o pré-escolar até ao ensino secundário, promovendo a inclusão, o bem-estar e a melhoria das aprendizagens.
Programas executados pelos municípios promovem esta redução
A CIM destaca ainda atividades e projetos deste programa e que incluem o Hypatiamat, uma plataforma para o ensino da matemática, o programa No Poupar Está o Ganho, dedicado à educação financeira, bem como iniciativas que abrangem robótica, filosofia para crianças, oficinas de cinema, musicoterapia e outras atividades de enriquecimento curricular.
Já em 2025, foi lançado o Programa de Orientação Vocacional Intermunicipal (POVI), desenvolvido em parceria com a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, e que visa “apoiar os alunos na tomada de decisões informadas sobre o seu percurso académico e profissional”, prevendo ainda a realização de fóruns com famílias, ações de capacitação para docentes e técnicos, feiras de orientação vocacional e a criação de portefólios individuais. A implementação plena está prevista para janeiro de 2026, após a conclusão da fase preparatória.
O PIPSE é promovido pela CIM do Tâmega e Sousa e cofinanciado pela União Europeia, através do NORTE 2030, no âmbito do Fundo Social Europeu Mais (FSE+), com o objetivo de reforçar a inclusão, combater o abandono escolar e promover a igualdade de oportunidades no acesso à educação.