Foto: Direitos Reservados
Publicidade

“Feira” é a nova criação do grupo Astro Fingido que vai ser representada no Centro Cultural de Paredes, no dia 26 de novembro, às 10h30 (público escolar) e 21h30 (público em geral). A ação convida “a explorar uma feira onde tudo se troca, compra ou vende — virtudes, truques, mulheres e favores — num espaço simbólico onde coexistem fantasia, mitologia, amores e negócios”, revela a associação, em comunicado.

Pela primeira vez, nos 17 anos do seu percurso, a Astro Fingido cria um espetáculo a partir de um texto de repertório, escolhendo o clássico “Auto da Feira”  de Gil Vicente (1527). Esta escolha surgiu com o objetivo de “desenvolver um projeto que criasse uma ponte entre o palco e a sala de aula, permitindo aos jovens espectadores/alunos uma imersão, não só pedagógica mas também  artística, na obra vicentina”.

Em Auto da Feira, Gil Vicente apresenta uma feira como espaço simbólico de um mundo subversivo, onde tudo parece estar à venda: valores, crenças e até a própria dignidade humana. “Trazer esta moralidade para o palco é relevante, porque permite refletir sobre questões sociais e morais. A peça, apesar de ter sido escrita no século XVI, critica a ganância, a hipocrisia e a superficialidade das relações humanas, temas que continuam presentes na sociedade contemporânea”, afirma Fernando Moreira, encenador e diretor artístico da Astro Fingido.

Mais do que um espetáculo, “A Feira” é “uma ponte entre Teatro e Educação, resgatando a tradição literária portuguesa e propondo um diálogo crítico sobre a sociedade contemporânea” e, para isso, a Astro Fingido “desenvolveu um trabalho preparatório na Escola Secundária de Paredes — disponibilizando um dossier pedagógico, aulas vicentinas e ensaios para a participação de alunos no espetáculo — convidando o público escolar a explorar o contexto histórico, as temáticas e as particularidades estilísticas da obra”, lê-se na mesma nota.

Para Ângela Marques, “num tempo em que crescem a desrazão, os extremismos e o fascínio pela fama e pelo dinheiro, esta Feira ajuda-nos a reflectir sobre os valores que preservam a nossa humanidade. No final, percebemos que nem tudo se pode feirar”, disse a intérprete e também diretora artística da companhia, citada na nota de imprensa.

Os bilhetes custam 5€ e podem ser adquiridos na bilheteira online.


Publicidade

Deixe o seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here