Nas autárquicas, o que importa realmente?

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Estamos a pouco mais de uma semana das eleições autárquicas e, como sempre, assumimos uma posição clara sobre o que entendemos ser o papel do VERDADEIRO OLHAR.

Optámos, este ano, por não realizar debates. São demasiados candidatos, demasiadas vozes em simultâneo, e raramente resultam em momentos verdadeiramente esclarecedores. Em alternativa, fizemos entrevistas de uma hora com cada cabeça de lista dos partidos ou coligações que já têm representação no executivo municipal. Entrevistas que são conversas tranquilas, mas exigentes, onde cada candidato teve espaço para apresentar ideias, distinguir-se do seu principal adversário e responder a questões mais polémicas. Não nos cabe a nós fazer oposição, cabe-nos questionar. O leitor, depois, faz o seu próprio julgamento.

Este foi o critério: dar voz aos candidatos que já representam forças políticas com vereadores. E a todos demos o mesmo espaço. De todos, apenas o candidato do Partido Socialista à Câmara de Valongo declinou o convite.

Outro ponto que não podemos deixar de abordar é a nossa liberdade editorial. Em meios locais mais pequenos, os jornais são muitas vezes usados como caixa de ressonância do poder ou como arma de arremesso de quem os financia. Fazer jornalismo independente neste contexto é difícil, e implica, não raras vezes, ser insultado, atacado ou até difamado. Também nestas eleições nos aconteceu. Levámos críticas da direita e da esquerda, do poder e da oposição. Talvez seja precisamente esse o melhor sinal de que mantemos a neutralidade. Afinal, estamos por cá há mais de 18 anos, sempre fiéis ao mesmo princípio: informar com rigor e independência.

E porque informar também é escolher o que é notícia, importa sublinhar: nem tudo o que nos chega é notícia. Não damos cobertura, por exemplo, às queixas que os candidatos apresentam diariamente à Comissão Nacional de Eleições, seja porque um outdoor foi colocado num jardim, seja porque uma fotografia não devia ter sido publicada. Essas queixas são legítimas e têm canais próprios para ser analisadas, a CNE existe para isso. Mas não é esse o debate que interessa ao cidadão. O que verdadeiramente importa é conhecer as propostas, as ideias e a visão de cada candidato para o futuro do concelho.

Esse é, e continuará a ser, o nosso papel. Dar informação relevante, separar o essencial do acessório, permitir que cada leitor forme a sua própria opinião. Porque, no fim, as eleições não se decidem em manchetes de acusações, mas nas urnas, com base no que cada cidadão entende ser o melhor para a sua terra.

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