“Debaixo do Polião” é a produção da companhia Astro Fingido que sobe ao palco da Casa da Cultura de Paredes, esta sexta-feira e também no sábado, a partir das 21h30.
A ideia desta criação nasceu em Cabo Verde, em 2023, aquando uma estadia da Astro Fingido naquela ilha, aquando o Festival de Teatro do Atlântico – TEARTI, que decorreu na Cidade da Praia, sob a chancela da companhia Fladu Fla.
“Ali, a presença ancestral do Poilão despertou a equipa para a criação de um novo projecto” e, ao contemplá-lo, houve a “certeza que este se tornaria “o palco natural” onde seria encenado um novo espectáculo, revela Fernando Moreira, director artístico e encenador.
Já Ângela Marques, também directora artística e intérprete, recorda que o Poilão “parecia sussurrar histórias relatos de resistência e de vivência comunitária, que se entrelaçavam com os sonhos e esperanças das gerações actuais.”
Esta é mais do que uma peça e do que uma história onde se ergue “imponente o poilão, guardião de histórias que atravessam séculos”, mas é ainda uma “testemunha do tempo e de palavras não ditas” e de uma “árvore que conserva em si memórias ancestrais que ecoam até ao presente”, explica, paralelamente a Astro Fingido, em nota de imprensa.
E é naquele que apelida de “espaço sagrado” que surge o espectáculo “Debaixo do Poilão: um lugar de memória e resistência, onde o teatro se faz encontro, rito e gesto de escuta. Inspirada na simbologia da árvore-poilão, esta criação atravessa fronteiras geográficas para construir um mosaico de histórias africanas guardadas pelo tempo”.
Em cena vão estar duas mulheres, Ângela Marques e Odete Môsso, que “contam aquilo que tantas vezes a história
esqueceu. A ancestralidade fala, do amor, do trabalho, do sonho, mesmo em silêncio. As raízes resgatam o passado, continuam a crescer no presente e reverberam no futuro”.
Assim, e segundo a Astro Fingido, “mais do que um espectáculo” esta peça pretende ser uma “jornada sensorial que parte do encontro entre diferentes culturas para tecer histórias, sensações e imagens que emergem da terra, do vento e das sombras que dançam sob a copa da árvore”.