Verdadeiro Olhar

200 alunos de Penafiel participaram em concurso que estimula o empreendedorismo

Foram, esta tarde, apresentados, no Museu de Penafiel, os projectos vencedores do 2.º Concurso de Empreendedorismo “Ideias@Escola”, uma iniciativa realizada no âmbito do Plano de Acção do CLDS 3G da Associação para o Desenvolvimento de Lagares.

O concurso contou com a participação de 200 alunos do Agrupamentos de Escolas Joaquim Araújo e teve como objectivos despertar nos jovens o espírito empreendedor, incrementar a inovação e fomentar a criatividade e trabalho em grupo. No total, foram realizadas 14 sessões de esclarecimento sobre o empreendedorismo.

Os projectos vencedores, quatro que foram apurados para a final, tendo um deles desistido, vão desde a área da acção social à área de informática e são o corolário de um trabalho desenvolvido pelos alunos de todos cursos profissionais do agrupamento e dos respectivos docentes.

“Encaramos o concurso como um desafio, não julgávamos que poderíamos ser distinguidos, mas é sempre bom ver o nosso trabalho premiado”

No primeiro lugar ficaram, ex-aequo, os projectos o Relógio Farmacêutico e Selfscreen, o primeiro da área social e o segundo da área de informática. Em segundo lugar ficou o projecto Wefix, também da área de informática.

Mariana Rocha, aluna do 10.º ano, do curso psicossocial, uma das responsáveis pelo projecto Relógio Farmacêutico, assumiu que ter conquistado este prémio foi um experiência nova e um incentivo para continuar a trabalhar em prol de um projecto que tem imensas aplicabilidades.

“Encaramos o concurso como um desafio, não julgávamos que poderíamos ser distinguidos, mas é sempre bom ver o nosso trabalho premiado”, disse, salientando que o Relógio Farmacêutico é inovador, tem imensas aplicações e reveste-se de uma importância social acrescida, uma vez que pode ajudar idosos, pessoas reformadas, pessoas com Alzheimer, com algum tipo de deficiência, invisuais e outras.

Segundo a jovem trata-se de um relógio com um sistema de alarme incorporado que faz disparar um sinal sonoro, advertindo o utilizador para a toma da medicação. “O alarme não deixa de tocar enquanto o utilizador não retirar o medicamento da gaveta que está acoplado ao relógio”, disse, salientando que da ideia inicial à concepção do projecto foi necessário passar por várias etapas.

Carla Campos, co-autora do projecto, realçou que esta ideia tem potencial para evoluir e pode beneficiar muitos utentes e utilizadores.

“Para Portugal evoluir é preciso haver mais empresários empreendedores, apostar na inovação, pois só desta forma poderemos competir com os melhores nesta área”

Questionada sobre o valor do empreendedorismo e da aposta na inovação, Carla Campos realçou que estes são instrumentos fundamentais ao desenvolvimento da economia e da sociedade.

“Para Portugal evoluir é preciso haver mais empresários empreendedores, apostar na inovação, pois só desta forma poderemos competir com os melhores nesta área”, declarou.

Diogo Ferreira, aluno do 10.º ano, do curso de gestão e programação de sistemas informáticos, um dos autores do projecto Selfscreen, reconheceu que o projecto tem uma aplicação muito específica. “Partimos daquilo que são as necessidades da nossa escola e optamos por desenvolver uma aplicação que permite ligar a tela projector. Quando ligamos o projector a tela sobe automaticamente e quando desligamos o projector acontece o contrário, sem necessidade de forçarmos a tela”, adiantou, confessando que até à concepção final o grupo precisou apenas de duas a três sessões.

“esta experiência é uma espécie de antecâmara daquilo que nos espera quando ingressamos no mercado de trabalho”

Ao Verdadeiro Olhar,  Diogo Ferreira assumiu que o concurso lhe permitiu desenvolver novas competências, desenvolver um produto que tem potencial e que pode ser aplicado a outras escolas, mas também a empresas e outras instituições. “Digamos que esta experiência é uma espécie de antecâmara daquilo que nos espera quando ingressamos no mercado de trabalho”, afiançou.

João Moreira, aluno do 10.º ano, do curso de gestão e programação de sistemas informáticos, um dos autores do projecto Wefix – reparações ao domicílio, que obteve o segundo lugar, confessou que esperava ficar em primeiro, mas que o mais importante foi ter participado.

“A ideia que está por detrás do projecto é bastante funcional e se for trabalhada tem pernas  para andar”, explicou, reconhecendo que o empreendedorismo é, cada vez mais, uma ferramenta fundamental para a economia  que pressupõe sempre uma mudança de atitude e comportamentos.

 “A formação é cada vez mais importante. Existem áreas de trabalho que tendem a desaparecer  e urge apostar em áreas inovadoras”

Fábio Ferreira, ex-aluno do Agrupamento de Escolas Joaquim Araújo  e vencedor da edição do ano transacto, ressalvou que o concurso lhe abriu portas e ajudou-o na aquisição de conhecimentos e competências e a transformar as as ideias em oportunidades de negócios.

“Optei por sair do ensino, tive algumas experiências no mercado de trabalho, mas verifiquei que as coisas não são como as idealizamos. A formação é cada vez mais importante. Existem áreas de trabalho que tendem a desaparecer  e urge apostar em áreas inovadoras”, expressou, sustentando querer fazer uma acção de formação ao nível do ensino superior na área da programação.

“Tenho 21 anos, estou desempregado, mas quero ingressar no ensino superior. Tenho um site designado ‘PNF Tour’, quero apostar no turismo privado via internet e o curso vai-me permitir evoluir transportar novas ferramentas para o site e torná-lo mais interactivo”, concretizou.

O presidente da Associação para o Desenvolvimento de Lagares, Belmiro Barbosa, enalteceu o esforço dos autores dos projectos vencedores e de todos os alunos que participaram no 2.º concurso “ideias@escola”.

“Todos os projectos denotam trabalho, têm potencial para continuar a crescer, agora, é preciso continuar a trabalhá-los”, sublinhou.

A psicóloga do Agrupamento de Escolas Joaquim Araújo, Lurdes Neves,ressalvou, também, a qualidade dos projectos apresentados e explicou que o objectivo deste concurso passou por capacitar os alunos para o desenvolvimento de atitudes empreendedoras e iniciativas inovadoras, tendo em vista o desenvolvimento de competências pessoais e interpessoais fundamentais no processo de aprendizagem.

Já o vereador Pedro Cepeda enfatizou a necessidade dos alunos trabalharem as suas melhorias e competências pessoais, valorizarem o trabalho em equipa, treinarem as competências de comunicação e valorizarem aquilo de que gostam mais, colocando-o ao serviço dos outros.

A entrega dos prémios do 2.º concurso do empreendedorismo “ideias@escola” contou, também, com o testemunho e depoimento do arquitecto Paulo Neves que deixou alguns contributos sobre criatividade, falou de arquitectura, fotografia e artes plásticas.

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